31 agosto 2013

Resenha: Sedução implacável de Sarah Morgan



Livro: Sedução implacável 
Título original: Bought: The Greeks's innocent virgin
Autora: Sarah Morgan
Integrante de Harlequin Jessica nº 103
      Desejo & Obseessão
Ano: 2008
Editora: Harlequin Books
Tradução: Marie Olivier
Nº de páginas: 157

Em Sedução implacável, de Sarah Morgan, Chantal se vê forçada a se passar por noiva de Angelos. Ela sabe que ele a considera uma caçadora de fortunas inescrupulosa, mas sequer desconfia do que ele será capaz ao descobrir que está enganado.

"Arrogante foi a primeira palavra que surgiu em sua mente.
Deslumbrante a segunda.
Perigoso foi a palavra que finalmente a fez dar um passo atrás, na defensiva.
Definitivamente perigoso." pág 166
Angelo Zouvelekis a chamara de: interesseira, inescrupulosa e desonesta.
Chantal não tinha família a quem dar satisfações. O peso do passado a sufocava .
Ele achava que ela tinha ido ao baile com a intenção de pegá-lo e que se chamava Isabelle.
A verdade ele não compreenderia e o motivo de tal atitude.
Era ironia ter usurpado a identidade de uma mulher em que a vida era tão complexa quanto a sua.
"Sua própria vida fora uma rede de mentiras desde a infância, mas eram mentiras para se proteger e nunca magoaram mingém.
Não seria mais vítima de ninguém." pág 200
Ele supunha que ela tinha usado o pai dele para atrair a atenção dele.
"Afinal já depenou dois, um deles mais velho que meu pai.". pág 202
Insinuado que tinha iludido o pai dele
-Você disse a ele que estávamos apaixonados, que se apaixonara por mim  tão logo me vira."
-Meu pai teve um ataque cardíaco naquela noite." Ele ainda acha que estamos apaixonados.
Em recuperação em uma ilha da Grécia, de propriedade da famíla o  pai de Angelo:
-Está ansioso pela sua chegada para poder conhecer melhor a futura nora." pág 204
A proposta que ela vá com ele para ilha e finjam um namoro.
Chantal reluta, mas acaba aceitando pelo bem do pai de Angelo.
Ele tinha família e fortuna. Ela nenhum dos dois.
Durante a sua estada, através de um fato ocorrido entre os dois, ele percebe com toda certeza que ela não é Isabelle.
Agora ela tem que provar que nunca esteve interessada em seu dinheiro e tem motivos muito fortes para isso.

Resenha: O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas

O Conde de Monte Cristo

Sinopse - O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas

O futuro do jovem marinheiro Edmond Dantés parecia promissor. No entanto, a conspiração de três inimigos invejosos ocasionou sua prisão por catorze anos. O que ninguém esperava era que ele conseguiria sair da prisão, com uma sede de vingança que não pouparia nenhum dos responsáveis pela sua tragédia.


Edmond Dantes, 19 anos, e perdeu tudo, e é acusado e condenado falsamente por um crime há 14 anos.
Dantes e Abade Farias, companheiro de prisão, planejam fugir da prisão. Abade não consegue, e deixa para Dantes a localização de uma fortuna. Com posse da fortuna, a ilha e o título de conde planeja a sua vinagança. 
E durante 10 anos aprende tudo sobre os inimigos, todos ricos e importantes.
Até concluir a vingança.
Livro super recomendado.

Read-a-Thon BR -Distopias (Final)


Read-a-Thon BR

Uma semana, o máximo de livros possível e um gênero.




Leitura: 15 a 22/08= 219 páginas
             23/08= 62 páginas
             24/08= 61 páginas


Leitura: 25/08=49 páginas
            26/08=73 páginas
            27/08=75 páginas
            28/08=90 páginas
            29/08=65 páginas
            30/08=54 páginas
            31/08=56 páginas
Conclusões:
1. Em qual momento você se sentiu mais desencorajado?
Em nenhum momento me senti desencorajada.
2. Você tem alguma sugestão sobre como melhorar o Read-a-thon BR na sua próxima edição?
No momento não tenho nenhuma sugestão para melhorar o desafio.
3. O que você acha que funcionou bem nesta edição do Read-a-thon BR?
Para mim, foi que consegui ler numa boa.
4. Quantos livros você leu?
Li 2 livros, na verdade 1 e meio, um já tinha começado.
5. Quais foram os livros lidos por você?
Li Delirio e Cidade de Ossos.
6. O que você mais gostou no Read-a-thon BR?
Ter lido o que tinha proposto para mim.
7. O que você menos gostou no Read-a-thon BR?
Não ter conseguido incluir mais distopia na minha leitura.
8. Você participaria das próximas edições do Read-a-thon BR?
É claro que participarei da próxima edição.  



30 agosto 2013

Follow my blog

Blog: Endless Poem


Vi esta coluna no Blog Endless Poem, que ela publicará toda última sexta feira do mês e serve como um follow friday.

Regrinhas
Para participar, esteja seguindo a página do Endless Poem no Facebook
- Só colocar link de blogs que tenha sido atualizado nos últimos cinco dias. 
- Colocar o nome do Blog e o link para o mesmo apenas uma vez.
- Links que esteja indo para um post do blog serão excluídos
- Você só poderá enviar seu link durante a sexta-feira ( o blogger conta como sexta feira a partir das 21h da quinta), depois disso o formulário fecha.

Entrando e Saindo da Estante: Fazez-me falta de Inês Pedrosa



Sinopse - Fazes-me falta - Inês Pedrosa

"Não importa o que se ama. Importa a matéria desse amor. As sucessivas camadas de vida que se atiram para dentro desse amor. As palavras são só um princípio - nem sequer o princípio. Porque no amor os princípios, os meios, os fins são apenas fragmentos de uma história que continua para lá dela, antes e depois do sangue breve de uma vida. Tudo serve a essa obsessão de verdade a que chamamos amor. O sujo, a luz, o áspero, o macio, a falha, a persistência".
Inês Pedrosa


"Sem dúvida o seu melhor livro, e desde já um dos romances mais importantes e apaixonantes publicados este ano." - Eduardo Prado Coelho, Público

Inês Pedrosa nasceu em Coimbra, Portugal. Trabalhou no rádio e na televisão, é colunista do semanário português Expresso e diretora da Casa Fernando Pesoa, em Lisboa. É autora de contos, crônicas, ensaios biográficos e antologias, e dos romances A instrução dos amantes (1992), Nas tuas mãos (1997)- vencedor do Prêmio Máximo de Literatura - e A eternidade e o desejo (2007), publicado no Brasil pela Alfaguara.

29 agosto 2013

Resenha: Melancia de Marian Keyes



Livro: Melancia
Família Walsh, livro 1
Autora: Marian Keyes
Tradução: Sônia Coutinho
12ª edição-Rio de Janeiro
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2004
Nº de páginas: 490
Tema: Romance Irlandês
Período de Leitura: 31/07 a 08/08/13

"Um livro encantador! Melancia é impulsinado pela presença de uma heroína charmosa, ao longo de uma trajetória vivenciada aos trancos e barrancos, e repleta de imprevistos, reunindo personagens peculiares e incrementado pelo estilo singular de Marian Keyes." Nora Roberts

"Uma excêntrica comédia romântica...repleta do mais fino humor." The New York Times Book Review

"Melancia é uma estréia irresistivelmente engraçada e uma leitura agradabilíssima." Kirkus Review

"Com monólogos interiores hilariantes, Melancia entra para a lista dos romances altamente recomendáveis." Library Journal


"Bem, eu estava grande e gorda, isto era um fato. Muito parecida com uma melancia." pág 83

"Não posso acreditar que levei três semanas para começar a sentir ciúme. Sempre pensara que, se um homem que eu amava dormisse com outra pessoa, o ciúme seria o sentimento imediato e esmagador. Mas ele estava no final da fila, naquele caso particular, e veio manquejando devagar, atrás da Perda, da Solidão, da Desesperança e da Humilhação." pág 89

Filmes apropriados para a ocasião: A Cidade do Horror ou O Massacre da Serra Elétrica" pág 90

"Ela não agia nem se comportava como nenhuma gatinha erótica. Sempre pareceu tão boazinha e, bem... comum, eu acho, mas agora em minha cabeça ela era Helena de Tróia, Sharon Stone ou Madonna." pág 91

" Minha cabeça estava cheia de cenas imaginárias sobre a maneira como eles agiam juntos na cama." pág 91

"Ciúme era automulilação. Tão doloroso e inútil quanto." pág 92

"Passei de tristeza, solidão e infelicidade para uma raiva e um ciúme explosivos e desejo de vingar-me de Denise e James." pág 93

" Eu me sentia um pouco como uma heroína vitoriana que se desapontara com o amor e não tinha nenhuma escolha a não ser virar seu rosto para a parede e morrer de tanta dor, embora belamente cercada de sais aromáticos. Como Michelle Pfeiffer, em Ligações Perigosas.  
Agora, eu estava mais para Christopher Walken, em O Franco-Atirador. Psicótica. Enlouquecida. " pag 93

"Pela primeira vez em meses, meu reflexo parecia normal. Não parecia uma melancia com  pernas, porque não estava mais enorme de grávida nem gorda como uma idiota. E não parecia alguma fugitiva de um asilo de loucos, com o cabelo sem pentear, uma camisola imensa e um aspecto pertubado." pág 117

Claire acaba de dar à luz a uma menina, e abandonada pelo marido em plena maternidade. E resolve voltar para a casa dos pais, de sua família. O que aliás, não sei se foi uma boa idéia naquele momento, pois sua família é bem doida, não parecendo um local ideal para sua recuperação. Mas família é família.
O pai a ponto de ter um ataque de nervos, mãe viciada em novelas e odeia tudo que se refere a cozinha, duas irmãs: uma mais pirada que a outra.
Durante este tempo, Claire passa por várias fases: rejeição, ciúmes, ódio, autopiedade, medo e ainda por cima, se sente uma melancia.
Retrata bem o que acontece por uma mulher traída e abandonada. Nas páginas encontramos uma conversa com o leitor, descrevendo tudo o que está sentindo e pensando.Adorei a sua conversa íntima com os seus sentimentos.
O livro é bem grosso(+ 400 páginas), a leitura se torna um pouco lenta e cansativa. São vários capítulos descrevendo os seus pensamentos.
O livro talvez peque pelo tempo usado em descrever a depressão de Claire, quando ela resolve reagir, agiliza um pouco.

Claire tem quatro irmâs: Anna, Helen, Rachel e Maggie, que vão formar a série da Família Walsh: 
1- Melancia- Claire
2-Férias- Rachel
3- Los Angeles- Maggie
4- Tem alguém aí? -Anna
5- The Mystery of Mercy Close- Helen

Post relacionado:
Saindo e Entrando na Estante

25 agosto 2013

Entrando e Saindo da Estante: Cidade dos Ossos de Cassandra Clare

Porque Entrando e Saindo da Estante?
São livros que peguei emprestado na biblioteca ou de alguma pessoa.

Cidade dos Ossos

Sinopse - Cidade dos Ossos - Os Instrumentos Mortais - Vol.1 - Cassandra Clare

Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando a jovem Clary decide ir para Nova York se divertir numa discoteca, ela nuca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece no ar e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.


A Série: 
Os Instrumentos Mortais é uma série de aventuras fantásticas escrita pela escritora norte-americana Cassandra Clare, a qual inclui os livros Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas, Cidade de Vidro, Cidade dos Anjos Caídos, Cidade das Almas Perdidas e Cidade do Fogo Celeste.

Cidade dos Ossos Cidade das Cinzas Cidade de Vidro


Cidade dos Anjos Caídos  Cidade das Almas Perdidas


Os Instrumentos Mortais

TítuloLançamentoTítulo no BrasilLançamento no Brasil
City of Bones2007Cidade dos Ossos2010
City of Ashes2008Cidade das Cinzas2011
City of Glass2009Cidade de Vidro2011
City of Fallen Angels2011Cidade dos Anjos Caídos2012
City of Lost Souls2012Cidade das Almas Perdidas2013
City of Heavenly Fire2014Cidade do Fogo Celeste-

As Peças Infernais

TítuloLançamentoTítuloLançamento no Brasil
Clockwork Angel2010Anjo Mecânico2012
Clockwork Prince2011Príncipe Mecânico2013
Clockwork Princess2013Princesa Mecânica2013
Fonte: wikipedia

Read-a-thon Br -Distopias

Read-a-Thon BR

Uma semana, o máximo de livros possível e um gênero.

Consiste em uma maratona para ver quantos livros você consegue ler em um determinado espaço de tempo, organizado pelas blogueiras Babi Lorentz e Camille Thomaz, o tema da 2ª semana é: Distopia.
Infelizmente, já ocorreu a primeira semana e não participei. Mas não se preocupem, podem se inscrever ainda.

O Read-a-thon 2ª Semana começou no dia 23/08/2013 e termina no dia 31/08/2013.
Faça sua inscrição e participe também. Não é necessário ter blog.

Vai ficar de fora do Read-a-thon Br?

Livros selecionados:
1- Delírio -342 páginas
2-Cidade de Ossos-462 páginas

A Semana em Retalhos - 18/08 a 24/08


Meme semanal hospedado pelo Lost in Chick Lit, onde compartilhamos pequena informações sobre a nossa semana literária. Tendo como principal objetivo encorajar a interação entre os blogs literários brasileiro, fazer amizades e conhecer um pouquinho mais sobre outras pessoas apaixonada por literatura. Tem interesse em participar? Saiba como aqui 


Leitura(s) do momento:
O Minotauro de Monteiro Lobato
Livros emprestados da biblioteca:
Nenhum
Li essa semana:
O Rei da Terra de Dalton Trevisan
Abandonei essa semana:
Nenhum
Resenhei essa semana: 
Falta publicar
Comprei essa semana
 
Nenhuma compra
Evento(s) da Semana: 
Sorteios:(Participando)














Selecionada:


Ganhei essa semana:
Nada
Recebi essa semana: (pelo correio)
Nada
Desejo Comprar Urgentemente:
No momento nada
Im in mood for...(gênero literário do momento)
Mitologia,  contos
Super Quote:
Não selecionei nenhum

Vi e viciei(booktrailers, trailers, videos whatever)

O Livro

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1) Resenhas Lidas



2) Conhecendo novos blogs:
  • Jeito de ler
  • Triplamente
  • Leitora Incomum
  • Ao Leitor
3) Sinopses Lidas

24 agosto 2013

Outras Estantes: Os Maias Revisitados - Parte 4

Se assinalam os 125 anos da sua edição(Os Maias) e uma iniciativa Expresso (Eça Agora) veio chamar a atenção para a obra e a efeméride. De facto, o conhecido semanário oferece o romance, em très edições consecutivas, a que se seguirão, em outras três edições, textos de seis escritores atuais que "trazem" Os Maias até 1973- e um sétimo e último volume sairá um estudo, sobre o romance, do reputado especialista queirosiano Carlos Reis.
E é deste colunista o texto a seguir. Maria do Rosário Cunha, falará sobre a futura edição crítica de Os Maias. Kyldes Batista Vicente, sobre a minissérie da TV Globo que os teve por base- enquanto se lembram também suas adaptações ao teatro (bem como a falhada tentativa do próprio Eça), com o testemunho da encenadora Filomena Oliveira.  E ainda o que pretende ser uma sua próxima adaptação ao cinema, em entrevista com o realizador João Botelho.
Alguns tópicos de uma releitura 
Por Carlos Reis

Por que razão ou razões relemos um romance? Por exemplo: porque a sua complexidade requer outra e outra(s) leitura(s), porque trabalhamos sobre ele, porque amadurecemos e desejamos reencontrá-lo com olhos refeitos por esse amadurecimento. Ou simplesmente porque ele é, conforme a expressão banal diz, o livro da nossa vida, esse que nos fica quando muitas outras coisas passaram ou vão passando.
Das minhas releituras d'Os Maias retive algumas revelações curiosas. Como quem diz: fui reajustando imagens, refigurando personagens, descobrindo minudências aparentemente irrelevantes, dessas que me permitiram, há alguns anos, falar numa estética do pormenor que n'Os Maias se ilustra. Por exemplo: aquele "bando de pardais (que) veio gralhar um momento nos ramos de uma alta árvore que roçava a varanda", no amago episódio em que Afonso da Maia se acha na solidão decorrente da rutura com Pedro. A presença de Vilaça pai é ali meramente funcional (é ele quem traz a notícia do casamento de Pedro); não assim com aquele bando de pardais, que, por contraste, tornam mais denso e sombrio o episódio de que falo. E sobretudo dão o testemunho de um outro realismo, aquele que não prescinde de pormenores que dão do real representado uma imagem multímoda e plural, refugindo ao esquematismo de um programa estético pré-determinado. Ou seja: num texto de Eça nada está por acaso.
Dentre todas as revelações de que falei não esqueço nem esquecerei aquela a que fui conduzido por uma certa releitura d'Os Maias. Refiro-me à imagem reelaborada da grande personagem que é Afonso da Maia-porque, além do mais, Eça foi também um grande autor de personagens. Durante algum tempo, Afonso foi, para mim, uma figura imponente e fisicamente impressiva; e "lembrava, como dizia Carlos, um varão esforçado das idades heroicas, um D. Duarte de Meneses ou um Afonso de Albuquerque" (cap. 1). Só que um pouco antes e a abrir este parágrafo, pode ler-se: Afonso era um pouco baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes."  Repito: "um pouco baixo".
De onde vinha, então, a imagem de grandeza que me estava gravada? Nem mais nem menos do que da derradeira aparição de Afonso, no capítulo XVII, naquele arrepiante encontro com o neto, quando ambos sabiam já da tragédia do incesto. É de madrugada, Carlos regressa de casa de Maria Eduarda, torturado pela culpa e pelo horror da desgraça que se abateu sobre a família; e quando reentra no Ramalhete, surge Afonso da Maia: "O clarão chegava, crescendo; passos lentos, pesados, pisavam surdamente o tapete; a luz surgiu - e com ela o avô em mangas de camisa, lívido, mudo, grande, espetral."
Para se entender a aparente divergência desta figura (agora) "grande", relativamente a quem antes era "um pouco baixo", é preciso estar atento a duas coisas, dessas que podem escapar a uma primeira leitura. Primeira: ambas as imagens são filtradas e mesmo distorcidas pelo olhar e pelas emoções de Carlos da Maia. Segunda: a grandeza de Afonso, naquele momento decisivo em que mudamente interpela o neto - "e os dois olhos do velho, vermelhos, esgazeados, cheios de horror, caíram sobre ele, ficaram sobre ele, varando-o até às profundidades da alma, lendo lá o seu segredo" - não é física, mas moral. É essa sua dimensão moral, aliás, que o impôe ao longo do romance como referência de valores e de comportamentos, perante a fauna de amigos e conhecidos que circulam pelo Ramalhete - incluindo quem, como Carlos, descuida o exemplo do "varão heroico" que o avô representa.
As releituras d'Os Maias não são apenas (o que já seria muito) atos de reencontro e processos de reajustamento semântico de um texto longo, complexo e tecnicamente muito elaborado. São também oportunidades para lermos o eco de outras aventuras artísticas que o gênio queirosiano antecipou.
Recordo que Eça trabalhou este romance durante cerca de oito anos, com avanços e recuos, desânimos e entusiasmos, num tempo que, para o escritor, foi de busca de novos rumos estéticos. Às vezes penso que nunca faremos um ideia precisa do que era, naquela época, o esforço exigido para se levar até o fim a redação, a cópia, o árduo trabalho de emenda (em sucessivas campanhas de escrita) e a correção de provas tipográficas de romances com esta dimensão, sejam eles Os Maias, La Regenta ou Guerra e Paz. Mais: esse exigente labor (até o ponto de vista físico: pense-se no que eram os instrumentos de escrita da época) foi acompanhado, por parte de Eça, por uma reflexão doutrinária muito lúcida e consequente. Vivendo fora de Portugal, Eça estava em boas condições para acompanhar o evoluir da vida cultural e literária europeia e para perceber, como poucos no seu tempo, os rumos e os desafios que essa vida cultural colocava..
Lembro que foi durante a composição d'Os Maias que Eça escreveu alguns dos seus mais significativos textos doutrinários: por exemplo, em 1884, a carta-prefácio d'O Brasileiro Soares, de Luís de Magalhães, em 1886; e sobretudo, no mesmo ano, o admirável prólogo dos Azulejos do Conde de Arnoso, texto de arguta e elegante reflexão acerca da pertinência estética do naturalismo, da sua receção portuguesa, do alargamento do mercado de bens culturais (assim mesmo, como um Bourdieu avant la letre), das mutações técnicas que alteraram a relação entre o escritor e o público e do potencial de transcendência e de sobrevivência das grandes obras artísticas..
É muito disto que encontramos n'Os Maias, quando os lemos como romance virado para questões de índole literária. É que Tomás de Alencar e João da Ega (e até, em parte, Carlos da Maia) são escritores em potência ou no ativo. E são-no num tempo em que a literatura e o escritor detinham um poder institucional e simbólico considerável. Por iso Os Maias incluem vários momentos de ponderação metaliterária e metacultura, às vezes temperados pela paródia a que Eça dificilmente resistia.
Só para dar um exemplo: o capítulo VIII ( o do passeio a Sintra) não é apenas um episódio de pausa na intriga e de dececionante desencontro (Carlos ia em busca de Maria Eduarda, afinal ausente). O espaço de Sintra e a sua relação com os temas, com os valores e com as vivências de um romantismo cada vez mais convencional estimulam reações em que é bem audível (mas quase sempre caricatural) o propósito de embutir na ficção a doutrina, o imaginário e os mitos literários do romantismo.
Dois exemplos: é em Sintra que o burlesco Palma Cavalão reage azedamente ao olhar sobranceiro de Carlos da Maia. Assim: "olhem, o Herculano é capaz de fazer belos artigos e estilo catita... Agora tragam-no cá para lidar com espanholas e veremos! Não dá meia.." E é já no final do capítulo que Alencar (era ele quem tinha que estar em Sintra e não Maria Eduarda) mistura receitas literárias com receitas de cozinha: "Porque, lá isso, rapazes, versos os farão outros melhor; bacalhau, não!"
Por estas e por outras, Tomás de Alencar saiu das páginas do romance e prolongou a sua vida ficcional num caso de polémica que é parte integrante da chamada receção imediata d'Os Maias (lembro um livro de António Apolinário Lourenço, O Grande Maia, de 2000). Refiro-me à reação de Bulhão Pato e de Pinheiro Chagas (sempre este homem fatal!, diria Eça) a propósito de Alencar como possível caricatura do poeta da Paquita. A resposta do grande romancista a esta acusação (e vá-se lá saber se Eça seria capaz de resistir à tentação daquela caricatura...) é um notável texto de ironia e de agilidade argumentativa, publicado em 1889 com o título "Tomás de Alencar (Uma explicação)" (inserto nas Cartas Públicas, edição de Ana Teresa Peixinho na Imprensa Nacional-Casa da Moeda).
Seja ou não fundada a ofensa de Pato, aquele texto é, em embrião, um tratado de teoria da ficção, envolvendo não só (e sempre) a questão do realismo e da representação, mas também a da sobrevida das figuras ficcionais na sua relação com o mundo real. Esse mesmo de onde talvez elas tenham vindo e para onde acabam por regressar, quando o génio de um escritor é capaz de projetar para a posteridade o que elas são e significam. Também por isso, reler Os Maias é uma aventura sem fim.
Fonte: JL



Post relacionado: 

Book Tour - Amazônia - M. C. Jachnkee



Estou participando de mais um Book Tour, desta vez é do livro Amazônia de M. C. Jachnkee, organizado pela Sarah Marques do Blog Endless Poem.
Temos 15 dias para lê-lo e resenhar no blog, no Skoob, curtir a página do livro e da autora no face.
Os participantes são:

Alessandra Bastos
Neyara Furtado
Delmara Silva
Raquel Araújo
Yasmin Namen
Ana Maria Carmo
Andrea Carmo
Sonia Carmo
Carol Sousa
Maria Santana

E no final, será sorteado entre nós.

18 agosto 2013

PROMOÇÃO 1 ANO DE ESTANTE DE CRISTAL

Oi pessoal, tudo bom?
O Blog Estante de Cristal, da Estela Corrêa está comemorando um ano de vida e, claro, não podíamos deixar de comemorar! Por isso, criamos uma promoção incrível!
Juntos ao Estante de Cristal, estão os blogs amigos Endless Poem, Encantos Paralelos, Borboletas do Saber, Detalhe Feminino, Leituras da Cá, Retalhos no Mundo, 2 Book Girls e Meu amor pelos livros !
São 9 livros para dois vencedores, vai perder?




a Rafflecopter giveaway />Sorteio válido até 18/09/2013
- Resultado será divulgado nas redes sociais dos blogs organizadores;
- Não serão aceitos perfis fakes ou criados exclusivamente para promoções.
- As regras serão devidamente conferidas!
- Contato será feito via e-mail.
- Prêmio:
- Regras sujeitas a alterações sem aviso prévio!

Participe e boa sorte!

17 agosto 2013

Outras Estantes: Os Maias Revisitados - Parte 3


Se assinalam os 125 anos da sua edição(Os Maias) e uma iniciativa Expresso (Eça Agora) veio chamar a atenção para a obra e a efeméride. De facto, o conhecido semanário oferece o romance, em très edições consecutivas, a que se seguirão, em outras três edições, textos de seis escritores atuais que "trazem" Os Maias até 1973- e um sétimo e último volume sairá um estudo, sobre o romance, do reputado especialista queirosiano Carlos Reis.

Feitas duas perguntas aos escritores que trarão o famoso romance até à decada de 70 do século passado, e todos responderam ao inquérito- com exceção de Gonçalo M. Tavares, que se encontra em viagem.
Inquérito (Final)

É um dos seis escritores que irá "continuar" Os Maias, prolongando-o no tempo, de 1887 até 1973, anos da fundação do Expresso, nos termos dos objetivos do projeto "Eça Agora" desse semanário. Pergunta-se:

1. Considera realizável, para citar o projeto, " dar seguimento à narrativa de Os Maias, à altura de Eça? 

Clara Ferreira Alves   


Se não acreditasse que se podia fazer, não fazia. É ficção, e em ficção tudo é aceitável desde que feito com competência. Os Maias é um dos livros da minha vida, um dos livros responsável pelo facto de eu querer escrever como carreitra e profissão, e nesse sentido sinto-me honrada de integrar este projeto. Era irrecusável.
2. Pela sua parte, escreveu ou vai escrever a sua ficção de forma natural, como qualquer outra, ou entende tratar-se de um desafio particularmente difícil, que exigiu ou exige pelo menos "ousadia" para lhe responder? E qual o ângulo ou tom da sua abordagem, se já o tem e se pode saber?
Clara Ferreira Alves
E é sempre um desafio e particularmente difícil, para usar as mesmas palavras. Neste caso, tratando-se de um romance que me educou e me ensinou, a responsabilidade aumenta. Sou uma queirosiana confessa, inabalável. Sempre que releio Eça fico surpreendida por aquela escrita, aquele humor, aquela ironia e até aquela generosidade. As personagens de Eça são personagens que fazem parte da minha família espiritual, por isso tentei que na minha sequela não se perdessem completamente, não desaparecessem. Tentei honrá-las noutro lugar, noutro tempo. Não tenho um ângulo, tenho um tom, e colocar esse tom na afinação certa foi a minha preocupação. E foi o desafio, Uma queirosiana nunca pode ser anti-queirosiana. Seria abordagem mas não é a minha. De resto, tomei liberdades, porque entendo que a ficção é o território da liberdade, ao contrário do jornalismo, apenso a factos. 


Nota: Um dos princípios para Eça Agora prendeu-se com a cronologia. Cada escritor ficou com vários anos a seu cargo- 12,15 ou mais- iniciando-se a nova história em 1888 (Carlos da Maia tem 37 anos) e prolongando-se até 5 de janeiro de 1973, 

Fonte: JL nº 1117

Próximo post: Alguns tópicos de uma releitura

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12 agosto 2013

Outras Estantes: Coleção Eça Agora: Pacheco Pereira é Fradique Mendes

"O cérebro de Fradique está admiravelmente construído e mobilado. Só lhe falta uma ideia que o alugue, para viver e governar lá dentro. Fradique é um génio com escritos." Era assim que Carlos Mayer, um seu amigo, definia a genialidade improdutiva e irreprodutiva da personagem queirosiana celebrizada pela correspondência.
Carlos Fradique Mendes passa a vida a viajar, a divertir-se e a opinar e, além do mais (e nisto todos os especialistas são unânimes), ele não é uma personagem só, mas três: primeiro, um heterónimo coletivo de Batalha Reis, Antero e Eça; segundo, um fugaz figurante em "O Mistério da Estrada de Sintra"; terceiro, o persistente epistolar.
Ora que tem José Pacheco Pereira a ver com isto? Simultaneamente, pouco e muito. Como Fradique, opina - coisa que fica bem a todos os que têm saúde e disponibilidade para o fazer. Depois, Pacheco não é um, mas pelo menos três: há o José sensível, da poesia matinal no blogue e da cultura vastíssima; há o Pacheco historiador do PCP, biógrafo de Cunhal e classificador do movimento esquerdista e operário; e há o temível Pereira, crítico feroz da verrina política e da dinamite persistente. A dinamite cerebral que ele tenta chegar ao cérebro dos outros mas raras vezes experimenta com o seu.
Porém, ao contrário de Fradique, no cérebro de Pacheco, também ele admiravelmente construído e mobilado, fervilham tantas ideias quantos chineses ilegais cabem num apartamento. Desde logo, as ideias contra o Governo de Pedro Passos Coelho; depois, as ideias contra o próprio Passos Coelho; por último, as ideias contra todas as ideias que possam parecer boas ao dito Coelho. E, para contabilizar mais diferenças, fiquemo-nos por mais esta: enquanto Fradique clamava "Eu não sei escrever! Ninguém sabe escrever!", Pacheco só diz a segunda parte da frase.



Fonte: jornal Expreso

10 agosto 2013

Outras Estantes: Os Maias Revisitados - Parte 2


Se assinalam os 125 anos da sua edição(Os Maias) e uma iniciativa Expresso (Eça Agora) veio chamar a atenção para a obra e a efeméride. De facto, o conhecido semanário oferece o romance, em très edições consecutivas, a que se seguirão, em outras três edições, textos de seis escritores atuais que "trazem" Os Maias até 1973- e um sétimo e último volume sairá um estudo, sobre o romance, do reputado especialista queirosiano Carlos Reis.

Feitas duas perguntas aos escritores que trarão o famoso romance até à decada de 70 do século passado, e todos responderam ao inquérito- com exceção de Gonçalo M. Tavares, que se encontra em viagem.
Inquérito (Parte 2)

É um dos seis escritores que irá "continuar" Os Maias, prolongando-o no tempo, de 1887 até 1973, anos da fundação do Expresso, nos termos dos objetivos do projeto "Eça Agora" desse semanário. Pergunta-se:

1. Considera realizável, para citar o projeto, " dar seguimento à narrativa de Os Maias, à altura de Eça? 
Mário Zambujal  
Nunca saberemos o que o Eça faria com aquelas personagens (e outras, mais ou menos risíveis, que lhes fosse acrescentando) se pudesse prolongar Os Maias até 1973. Mas não se trata, aqui, de entrar em adivinhacões. A cada um dos autores chamados ao exercício, deu-se a óbvia liberdade de usarem os seus próprios estilos de escrita, imaginação e pessoais modos de louvar o pai da obra. Teremos assim, presumo (nada sei dos outros) textos ficcionais muito diversificados e esse será um motivo de curiosidade na coleção. Quanto à expressão "à altura de Eça", calma, pode insinuar intenções e objetivos exagerados. Falo por mim mas aposto que qualquer dos outros cinco ficcionistas pretenderá é estar à sua própria altura - não como sucessor ou sucedâneo do senhor Eça de Queirós.

J. Rentes de Carvalho 

Por mim falo, mas acho que demonstraria ligeireza a cabeça que considerasse possível "continuar" Os Maias. É obra acabada, não se lhe mexe nem deitam remendos. Aquele "dar seguimento à narrativa" só pode ser tomado como piscadela de olho, embora um ou outro ingénuo talvez espere que o seu favorito entre os escritores que participam possa num repente ganhar fama queirosiana. Mais realista é tomar a coisa como um simpático jogo, espécie de corrida de sacos para escribas, e não lhe dar mais importância do que a que tem: uma maneira louvável de festejar os 40 anos do Expresso, com a vantagem colateral de que aqui e ali haja gente a descobrir Os Maias.
2. Pela sua parte, escreveu ou vai escrever a sua ficção de forma natural, como qualquer outra, ou entende tratar-se de um desafio particularmente difícil, que exigiu ou exige pelo menos "ousadia" para lhe responder? E qual o ângulo ou tom da sua abordagem, se já o tem e se pode saber?
Mário Zambujal
De forma natural, naturalmente. Escrevo como escrevo, não ia agora mudar. O que me calhou foi período de 1925 a 1940, o repto era imaginar como se comportaria o Carlos da Maia por esses tempos. Dei-lhe um caminho - poderia ser outro, de qualquer modo marcado pelas circunstâncias. Se é ou não "ousadia"., depende do que possam os leitores esperar de um texto livre de 50 mil carateres (passei um bocadinho) com uma história inventada mas a refletir, mesmo ao de leve, a realidade da época. E mais não digo.

J. Rentes de Carvalho
Há de perdoar, mas a palavra desafio é das que me faz cócegas. Políticos, cantores, atrizes velhas e novas, fadistas principiantes, industriais, desportistas, banqueiros, homens da bola, meninas desempregadas, poucos portugueses haverá que não sintam a excitação do desafio. Isto de Os Novos Maias não põe desafio nenhum, muito menos é questão de "exigir ousadia" . É-lhe apresentado um projeto, feita uma proposta, você pesa os prós, os contras, e se por acaso aceita resta-lhe fazer à prosa o que agora os bombeiros dizem que se faz em relação aos incêndios: "muscular" a coisa. No que se refere a ângulos, tons e abordagens, aí vejo-me obrigado a seguir o exemplo de qualquer chef que se preza: escondo a receita, os ingredientes, o tempo de cozedura, e a seu tempo apresntarei o prato.
.

Nota: Um dos princípios para Eça Agora prendeu-se com a cronologia. Cada escritor ficou com vários anos a seu cargo- 12,15 ou mais- iniciando-se a nova história em 1888 (Carlos da Maia tem 37 anos) e prolongando-se até 5 de janeiro de 1973, 

Fonte: JL nº 1117

Próximo post: Clara Ferreira Alves

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04 agosto 2013

Maratona Literária- Conclusão

Maratona1


Último dia da maratona, e temos que finalizar com um post de conclusão:
Meu desempenho: Médio
Meta cumprida: Infelizmente, não.
Quantos livros leu: 2 e meio.
Quais livros e quantas páginas:
Meta: Atualizado em 04/08
1-A Zona Azul  (381 páginas)
Até o dia 28/07= Já lidas= 102 páginas 
Dia 29/07= + 42 páginas
Dia 30/07= + 38 páginas
dia 31/07= +199 páginas
2- O Jogo da Amarelinha ( 407 páginas)
Até o dia 28/07= já lidas= 296 páginas
Dia 29/07= +  60 páginas
Dia 30/07= + 51 páginas
3- O Conde de Monte Cristo

4-Melancia  (ou Férias)   (489 páginas)
Dia 31/07=+ 14 páginas
Dia 01/08=+ 65 páginas
Dia 02/08=+ 32 páginas
Dia 03/08=+ 94 páginas
Dia 04/07= +103 páginas
Dos quatros livros propostos, só consegui ler dois por inteiro e outro pela metade.
O total de páginas almejado era de 1187 ou seja +/- 163 páginas por dia.
Desempenho: Dia 29/07= 102 páginas
                      Dia 30/07= 89 páginas
                     Dia 31/07=  213 (Inacreditável)
                     Dia 01/08= 62 páginas
                     Dia 02/08= 32 páginas
                     Dia 03/08= 94 páginas
                     Dia 04/08= 103 páginas

Desafios  Diários:


Desafio Diário 2: Criar uma imagem ou uma foto que ilustre algum elemento/cena/personagem do seu livro favorito= não realizado




Desafio Diário 6: Criar uma playlist do seu livro favorito= não realizado

Dos 6 desafios só realizei 4. O que me espantou bastante, pois não sei lidar com imagens, ilustrações e afins. Contei bastante com a ajuda das minhas irmãs. Mas valeu,  aprendi um pouco e na próxima já estarei craque.

Final: Adorei a Maratona Literária, apesar de não ter alcançado a minha meta, valeu muito ter participado.

Já desejando participar de outra.
Até a próxima!!!!!!!!









03 agosto 2013

Outras Estantes: Os Maias Revisitados - Parte 1

Se assinalam os 125 anos da sua edição(Os Maias) e uma iniciativa Expresso (Eça Agora) veio chamar a atenção para a obra e a efeméride. De facto, o conhecido semanário oferece o romance, em très edições consecutivas, a que se seguirão, em outras três edições, textos de seis escritores atuais que "trazem" Os Maias até 1973- e um sétimo e último volume sairá um estudo, sobre o romance, do reputado especialista queirosiano Carlos Reis.
Feitas duas perguntas aos escritores que trarão o famoso romance até à decada de 70 do século passado, e todos responderam ao inquérito- com exceção de Gonçalo M. Tavares, que se encontra em viagem.
Inquérito (Parte 1)

É um dos seis escritores que irá "continuar" Os Maias, prolongando-o no tempo, de 1887 até 1973, anos da fundação do Expresso, nos termos dos objetivos do projeto "Eça Agora" desse semanário. Pergunta-se:

1. Considera realizável, para citar o projeto, " dar seguimento à narrativa de Os Maias, à altura de Eça? 

José Luís Peixoto:        
Pessoalmente, nunca considerei que esse fosse o desafio proposto. Creio, aliás, que nenhum outro autor que participa neste projeto o tenha entendido assim. Confesso que até me custa entender como é que se pode fazer tal interpretação. Trata-se sim de uma variação a partir do final de Os Maias. Este tipo de variações não são novas. existem há bastante tempo e são muitíssimo comuns em diversas áreas da criação, como a música, as artes plásticas, etc. O facto de se partir de uma determinada obra demonstra o valor que se lhe reconhece e propõe pespetivas, convidando a uma leitura ou releitura. O romance Os Maias, escrito por Eça de Queirós, é um texto fixo, definitivo, que em nada será tocado por este ou qualquer outro exercício que se queira fazer à sua volta.É penoso ter de explicar o óbvio. No entanto, incrivelmente, estes projetos ainda levantam as mais diversas dúvidas, umas mais pertinentes do que outras.

José Eduardo Agualusa         African writer

O desafio que me foi proposto nunca passou por dar continuidade ao romance do Eça, ao menos não o entendi assim.Foi o de criar um conto que remetesse de alguma forma para Os Maias, numa época posterior. Para mim o mais interessante é estar incluído num grupo de escritores com estilos e propostas literárias tão diversas. Os Maias não morreram. O livro continua vivo, porque aquela história ainda nos interessa - e interessa-nos porque trabalha uma série de questões que são universais e intemporais. Vejo este desafio como uma homenagem a esse livro, que, para mim, enquanto escritor foi muitíssimo importante. Acredito que este projeto do Expresso irá levar o livro ainda a mais leitores.

2. Pela sua parte, escreveu ou vai escrever a sua ficção de forma natural, como qualquer outra, ou entende tratar-se de um desafio particularmente difícil, que exigiu ou exige pelo menos "ousadia" para lhe responder? E qual o ângulo ou tom da sua abordagem, se já o tem e se pode saber?
José Luís Peixoto
Os Maias foi um romance muito importante na minha formação. Possivelmente, sem o efeito que essa leitura causou em mim, não teria chegado à escrita literária. Esta relação pessoal com a obra e com o autor fez com que este se tratasse de um desafio que tentei cumprir com especial dedicação. Não me cabe a mim descrever o que escrevi, mas espero que possa transmitir o prazer que tive em privar com algumas das personagens.

José Eduardo Agualusa
Foi um desafio que enfrentei com alegria. Como disse antes a obra do Eça foi importante para mim. É um universo que também já me pertence. Apropriei-me dele, primeiro enquanto leitor- que é o que fazem todos os bons leitores- e depois enquanto escritor, quando decidi utilizar num dos meus romances, Nação Crioula, o Fradique Mendes já não é o de Eça. é natural, contudo, que em toda a minha obra existam marcas que remetam para leitura do Eça. No meu conto tento fazer uma reflexão irónica sobre a questão colonial, vista pelos olhos de outros dois personagem do Eça - Carlos da Maia e João da Ega. De resto, também tratei da mesma questão na Nação Crioula. O período em que decorre a ação do meu conto é particularmente interessante. Trata-se do início da construção do Caminho de Ferro de Benguela, que marca também o início da construção de uma nova cidade, o Lobito, um projeto épico, fantástico, curiosamente ainda não explorado pela ficção angolana. A verdade é que há ali material para um romance. Talvez um dia me tente.

Nota: Um dos princípios para Eça Agora prendeu-se com a cronologia. Cada escritor ficou com vários anos a seu cargo- 12,15 ou mais- iniciando-se a nova história em 1888 (Carlos da Maia tem 37 anos) e prolongando-se até 5 de janeiro de 1973, 


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02 agosto 2013

Maratona Literária–Desafio Diário 5

O desafio de hoje é do Burn Book.
Criar uma frase que defina o seu livro favorito como se ela fosse para a capa oficial.

"O segredo do passado, pode ser o presente do futuro"


Maratona1

Meta:
1-A Zona Azul  (381 páginas)
Até o dia 28/07= Já lidas= 102 páginas 
Dia 29/07= + 42 páginas
Dia 30/07= + 38 páginas
dia 31/07= +199 páginas
2- O Jogo da Amarelinha ( 407 páginas)
Até o dia 28/07= já lidas= 296 páginas
Dia 29/07= +  60 páginas
Dia 30/07= + 51 páginas
3- O Conde de Monte Cristo

4-Melancia ou Férias   (489 páginas)
Dia 31/07= 14 páginas
Dia 01/08= 65 páginas
Dia 02/08= 32 páginas
Dia 03/08= 94 páginas

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