Paróquia N.S. de Moema-SP
Amigo jovem, amiga jovem.
O grande mal da nossa geração é sempre achar que nós somos os primeiros do mundo: é como se, antes de nós, nunca tivesse existido nada e, depois de nós, nada mais será como antes. Então eu lamento te decepcionar: antes da nossa geração já viveram outras gerações de jovens, tão revolucionários, sedentos de mudanças e sem limites como nós.Se você, assim como eu, gosta de música, deve saber que Jimmy Hendrix passou a vida denunciando o racismo contra os negros; Cazuza, nosso poeta, disse que o que os jovens queriam era uma ideologia; Renato Russo, a voz de minha geração, falou sobre como gostamos de culpar nosso pais por tudo; e Kurt Cobain descobriu que, mesmo adultos, podemos todos usufruir do espírito adolescente do mundo.
Mas veja só: Jimmy Hendriz morreu aos 28 anos, depois de ingerir sete comprimidos para dormir misturados com vinho tinto; Cazuza morreu aos 32 anos por complicações advindas da AIDS contraída anteriormente; Renato Russo, também vítima da AIDS, morreu aos 36 anos; e Kurt Cobain, aos 27 anos com uma overdose de champanhe a antibióticos. Morreram todos jovens, com idades próximas às suas, procurando antes de você pelas mesmas respostas que você procura e ouvindo os mesmos "nãos" que a sociedade sempre diz aos jovens como você.
Mas aí eu te pergunto: eles foram iguais a mim? Posso afirmar que não. Podem ter sidos jovens, vivido conflitos, encontrado desafios. Mas você é diferente deles por um motivo simples, mas que muda tudo: você é cristão. E é aí que eu quero chegar: o jovem cristão vive tudo o que os outros jovens vivem; têm as mesmas vontades, os mesmo sonhos, as mesmas revoltas, as mesmas dúvidas. No entanto, o jovem cristão tem Jesus ao seu lado.
Diferente dos nossos ídolos aí acima, o jovem cristão não precisa de drogas para se libertar porque ele sabe que Jesus já o libertou por sua cruz; o jovem cristão não precisa de álcool para relaxar porque ele sabe rezar; o jovem cristão não precisa de pornografia para conhecer como as pessoas se relacionam entre si porque ele tem os Evangelhos para ler; o jovem cristão não precisa praticar sexo grupal nem dar beijos triplos porque os seus amigos são cristãos também e acreditam que sexo, namoro, virgindade e castidade são temas que se complementam sem nunca se excluírem nem se contradizerem; o jovem cristão não tem filhos fora do casamento nem é a favor do divórcio porque ele sabe que até Jesus quis ter uma família, e por isso nasceu numa. E olha que, se você acha a sua família estranha, já pensou na família de Jesus, que tinha um pai adotivo e uma mãe virgem?
O jovem cristão, portanto, é você mesmo, que está aí no mundo: no seu trabalho, na escola, na faculdade, entre amigos, na micareta, no rodeio, no shopping, nos chats discutindo se o Facebook é realmente mais legal que o Orkut. O que nos falta, como jovens cristãos, é assumir nosso papel de cristãos. Ninguém tem vergonha de dizer que acabou de perder a sua virgindade com uma prostituta; ninguém tem medo de dizer que usa drogas; ninguém tem receio de dizer que é a favor do aborto.
Então por que é que nós jovens, temos vergonha em dizermos que nós somos cristãos? Por que temos medo de afirmar nossas intenções, nossos valores baseados na vida de Jesus e no Evangelho? Por que temos medo de dizer à sociedade que somos contra o sexo livre, as drogas, e o aborto?
Provavelmente porque é mais cômodo calar. Afinal, o mundo é tão grande, podemos pensar; então, para que me indispor com tanta gente que, daqui a pouco, vai sumir da minha vida? Enfim, a religião, a moral e os valores éticos não são pessoais? Para que expô-los e expor-me ao ridículo?
Lamento dizer isso, meus amigos e amigas, mas o Cristianismo é apenas para os fortes porque a proposta de Cristo é vencedora desde o começo e destinada aos vencedores. É uma opção pessoal ser perdedor; mas por que correr o risco de naufragar no meio de nossos desafios quando existe alguém que, além de já ter as respostas mais perfeitas, não só nunca naufragou como também pode te salvar do naufrágio?
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