por Kátia Arima (Lá em Casa)
A vida na timeline do Facebook é cor de rosa. Em um curto período de tempo, desliza pela sua página um cenário digno de propaganda de margarina: são fotos das férias em uma praia paradisíaca. Comentários sobre o fim do mestrado no exterior (e muita gente “curtindo” isso). Sorrisos, muitos sorrisos, com o grupo de amigos na última balada ou no churrasco da família reunida. Comemorações da corrida de revezamento completada no fim de semana passado. Posts de gente aproveitando a vida ao máximo em jantares, shows e outros eventos divertidíssimos. Quanto glamour!
E, diante do desfile de maravilhas da vida alheia, muita gente fica triste. Sim, o efeito colateral das redes sociais é se comparar aos outros, superestimar a felicidade alheia e se sentir inferior. É o que concluiu um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, na Califórnia, nos Estados Unidos.
O psicólogo Alexander Jordan, um dos pesquisadores que estudou 140 estudantes de Stanford, percebeu que quanto mais as pessoas subestimavam as emoções negativas dos outros, mais solitários e tristes elas ficavam. A pesquisa não foi centrada no uso de redes sociais, mas Jordan notou que essa tristeza surgia após a checagem da página no Facebook.
E as mulheres sofrem mais com isso. Outra conclusão do estudo é que o sexo feminino estava ainda mais vulnerável ao efeito depressivo do Facebook, por prestar mais atenção às atualizações voltadas à vida pessoal dos seus contatos.
Portanto, não se engane. Por trás daquela bela praia paradisíaca da foto tem alguém que ralou durante meses para juntar dinheiro e implorou ao chefe para sair de folga. Depois daquela balada, todos aqueles jovens belos, bem vestidos e sorridentes ficaram de ressaca. Aquele cara metido a atleta acorda todo dia de manhã para correr, faça chuva ou sol, e está cheio de bolhas nos pés. E o outro sujeito que vive comentando sobre todos livros que lê nem sempre chega à última página. Nada disso apareceu no Facebook. Nem elas, nem você são super-heróis. E você, que não é bobo, também não vai transparecer as mazelas do seu cotidiano no Facebook, certo? ; )
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