Projeto apresenta informações sobre o meio ambiente a estudantes da rede municipal e estadual
Fabiano Ormaneze | Agência Anhangüera de Notícias |
O grupo de crianças se reúne em roda debaixo de uma árvore e ali começam as perguntas das educadoras que as acompanham: “O que é meio ambiente?”, questiona uma delas. Um dos garotos se apressa em responder: “São as florestas, as matas”. Com isso, vem a oportunidade de deixar o conceito mais claro. “Fazem parte também do meio ambiente todos os espaços em que convivemos, as praças, as matas, nosso quintal, todos os lugares onde estamos”, explica a educadora ambiental Maria do Carmo Barreto Barros.
Assim, com bate-papo e ações de transformação dos espaços, o projeto Bicho do Mato, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Campinas, leva informação e propostas de sustentabilidade a estudantes das séries iniciais das redes municipal e estadual.
Cerca de 850 crianças e pré-adolescentes entre 5 e 14 anos participam do projeto, atualmente desenvolvido em cinco instituições, entre escolas, creches e organizações não governamentais (ONGs). Os locais em que o projeto é realizado ficam em áreas beneficiadas por obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a ideia da Prefeitura ao lançar o projeto foi possibilitar uma contrapartida que pudesse auxiliar no processo de melhoria de vida da população, uma iniciativa do governo federal. “Essas crianças vivem em meio a mudanças substanciais de qualidade de vida por causa do PAC, mas é preciso mostrar que é necessário um envolvimento de todos, com atitudes concretas, que possam dar continuidade às melhorias e mantê-las”, explica o secretário municipal de Meio Ambiente Paulo Sérgio Garcia de Oliveira.
A cena que abriu esse texto ocorreu na manhã de ontem(04/08/11) na Escola Estadual Regina Coutinho, na Vila Nogueira, que recepciona o projeto Bicho do Mato a partir deste mês. Como nos outros quatro locais, serão desenvolvidas diversas atividades com os estudantes, sempre com foco na conscientização da comunidade. Durante o contato com a garotada, tudo pode ser aproveitado para um ensinamento. Se um menino colhe uma flor no jardim da escola, por exemplo, Maria do Carmo aproveita para explicar a importância de as flores continuarem nas plantas, para ajudarem na continuidade da espécie, por meio da polinização e, depois, quando caírem, servirem de adubo orgânico. “A ideia é sempre transmitir informações para que as crianças possam aproveitar em casa e multiplicarem aos pais e familiares”, afirma Maria do Carmo.
Alunos levam experiências para casa
As crianças participantes do Projeto Bicho do Mato ficam com boas lembranças das visitas das educadoras ambientais às escolas e instituições. Wanderci Pedroso da Silva, de 9 anos, por exemplo, já sabe da importância da reciclagem. “Dá para reaproveitar muita coisa, ao invés de jogar tudo no lixo. Todo mundo precisa evitar o desperdício e cuidar das plantas e animais. Tudo isso faz parte do meio ambiente”, diz o garoto. Isabela Vitória Petrin, de 9 anos, diz que adora contar em casa tudo o que aprende no projeto. “Fizemos um terrário, que foi muito legal. Deu para ver direitinho como as plantas crescem”, explica a menina, se referindo à prática de deixar com que sementes germinem em recipientes para que os alunos possam observar o ciclo de vida dos vegetais. (FO/AAN)
Áreas alvo de obras do PAC são atendidas pelo projeto
Como o Bicho do Mato é um projeto lançado pela Secretaria de Meio Ambiente como contrapartida às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as duas áreas da cidade beneficiadas pela iniciativa do governo federal, o Parque Anhumas e a região do Aeroporto Internacional de Viracopos, estão sendo atendidas pelo projeto. Na região do Anhumas, as crianças e os adolescentes participantes do Bicho do Mato estão na Escola Municipal Recanto da Alegria e na Escola Estadual Regina Coutinho. Um grupo de terceira idade que se reúne no Centro de Saúde São Quirino também foi incluído no programa das visitas das educadoras ambientais, principalmente, para passeios guiados por áreas verdes e de preservação ambiental. Na região do Anhumas, as obras do PAC incluem a construção de moradia para população de baixa renda, a recomposição da margem do córrego, a pavimentação do bairro Gênesis e a construção de praças, playgrounds e centro comunitário. Na área próxima a Viracopos, as crianças e os adolescentes do Bicho do Mato estão na Fundação Douglas Andreani, no Parque Oziel, e na Nave-Mãe do Jardim Fernanda. Nessa região, com dificuldades ainda maiores que a primeira, as obras do PAC incluem pavimentação e drenagem de itinerários de ônibus, obras de saneamento, construção de casas populares e centro de saúde, além da regularização dos terrenos. O PAC foi lançado em 2007 pelo governo federal e engloba uma série de políticas econômicas para os anos seguintes, com objetivo de acelerar o desenvolvimento. (FO/AAN)
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