20 outubro 2012

Meme Literário de Um Mês 2012 - Dia 20



Cite 3 livros especiais na sua vida.
(Fale sobre eles)

São tantos livros, escolhi os que me vieram a memória no momento.

1º O Meu Pé de Laranja Lima

Este livro li depois de assisti a novela da Tv Tupi em 1970/71, no final da minha infância.
Não tem como não se emocionar, seja na novela ou no livro.

Sinopse - O meu pé de laranja lima - José Mauro de Vasconcelos

Retrata a história de um menino de seis anos chamado Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e muito numerosa. Zezé tinha muitos irmãos, a sua mãe trabalhava numa fábrica, o pai estava desempregado, e como tal passavam por muitas dificuldades, pelo que eram as irmãs mais velhas que tomavam conta dos mais novos; por sua vez, Zezé tomava conta do seu irmãozinho mais novo, Luís.

Zezé era um rapazinho muito interessado pela vida, adorava saber e aprender coisas novas, novas palavras, palavras difíceis... que o seu tio lhe ensinava. Contudo, passava a vida a fazer traquinices pela rua, a pregar partidas aos outros e muitas vezes acabava por ser castigado e repreendido pelos pais ou pelos irmãos, que passavam a vida a dizer que era um mau menino, sempre a fazer maldades. Todos estes fatores e o fato de não passar muito tempo com a mãe, visto que esta trabalhava muito, faziam com que Zezé, muitas vezes, não encontrasse na família o carinho e a ternura que qualquer criança precisa.

Ao mudarem de casa, Zezé encontra no quintal da sua nova moradia um pequeno pé de laranja lima, inicialmente a idéia de ter uma árvore tão pequena não lhe agrada muito, mas à medida que este vai convivendo com a pequena árvore e ao desabafar com esta, repara que ela fala e que é capaz de conversar consigo, tornando-se assim o seu grande amigo e confidente, aquele que lhe dava todo o carinho que Zezé não recebia em casa da sua família.

Ao longo da história vão acontecendo vários episódios na vida deste menino, uns mais alegres, outros mais tristes, que nos transmitem uma grande lição de vida e do modo como agir perante diversas situações, pois apesar de ter apenas cinco anos, Zezé já tinha atitudes que qualquer criança comum nunca teria, fazendo-nos então pensar um pouco à cerca de nós mesmos e das nossas atitudes perante determinadas situações.

Filme: O Meu Pé de Laranja Lima
Assista e se emocione.


2º-Calendário Privado de Fernanda Botelho

No final da minha adolescência (20) li este maravilhoso livro português da escritora Fernanda Botelho. Me encantei com a escrita e o tema: a perseguição de um sonho.

Calendário Privado de Fernanda Botelho


O casamento como destino social da mulher é a temática principal de Calendário Privado. Às mulheres resta o casamento como única alternativa, uma vez que são "irresponsáveis" (87), "falta-lhes fibra e equilíbrio" e não parece que possam "vir a ser qualquer coisa" (99). Madame Xavier é uma das duas personagens de maior importância na abordagem deste tema emCalendário Privado. Ela se considera intelectualmente inferior, acha que às mulheres "cumpre executar aquilo que os maridos inteligentes mandam fazer" (99), que os homens precisam se divertir e trocar "impressões entre si", pois eles têm muito o que conversar sobre "assuntos de muita responsabilidade" (238). As mulheres não precisam disso, porque são "diferentes: o mundo é assim feito, e está muito bem feito" (238-9). As mulheres têm os filhos que são a sua diversão, sua política, sua ciência e sua profissão (239). Dália Maria não se casa, mas também não consegue sua independência; vive às custas do pai que faz vistas grossas aos seus amantes, que "entram-lhe em casa de dia e de noite." Apesar de ser uma mulher liberada, amante de homens casados, sem pejos para fazer um aborto, quando Anita lhe conta que sua mãe é viúva e nunca quis se casar novamente, ela acha que é errado, pois "uma mulher sozinha,... sobretudo depois que foi casada... Até pode dar em doida!" (50). Tia Guilhermina tem orgulho de não ser solteirona, apesar de ter se casado já velha e com um homem interessado em sua herança. Quando a prima Sofia comentava os deslizes de Artur Peres, dizia: "O que ela tem é raiva por nunca ter casado!" (38). Anita, ex-colega de Dália, num encontro entre as duas após muitos anos sem se verem, tem como único assunto o destino das outras colegas e a sorte ou não de encontrar um marido, bem como a felicidade ou infelicidade nos casamentos.
Os pretendentes de Anita, quando a pedem em casamento, não falam do que ela representa, nem do que seria a vida a dois, mas sim do que eles têm a oferecer. João Amado ressalta: "Tenho trinta e dois anos. Sou saudável e tenho uma profissão que me permite uma existência razoável. Sou... enfim... Creio que não vale a pena falar-te de minhas restantes qualidades. De algumas tens conhecimento pessoal, das restantes poderás ajuizar. Certo? Óptimo? Sendo assim, vês algum inconveniente em casar comigo?" (150).
Costa Beirão também oferece suas vantagens: não ser medíocre, respeitador dos "Dez mandamentos da Lei de Deus" e das tradições que "eram os alicerces da Sociedade (com letra grande), da Família (com letra grande), das Instituições (com letra grande)" (207), além de afirmar: "Sou um homem, garanto-lhe!" Ele diz querer uma mulher inteligente e culta, mas não para que seja independente e sim para que saiba "orientar os filhos, educá-los, tratar deles" e que seja "um exemplo para o marido" (206).
A razão para as mulheres ocuparem posição inferior ao homem vem racionalmente explicitada através de Novaes. Segundo ele, Deus fez o homem e a mulher iguais, os dois eram chamados pelos animais e plantas do paraíso de Bicho-Homem, para não haver diferenciação. Mas logo Deus descobriu que não podia confiar nas mulheres e os diferenciou: fez com que crescesse barba no homem e desprezou a mulher:
"E a mulher, com o desgosto começou a engordar e a ficar feia: gorda e abandalhada! Deus não lhe dera importância, Deus gostava mais do homem do que dela. E a mulher começou a engordar com o desgosto. O homem, a princípio, teve pena dela, mas depois, começou a pensar que, por causa da mulher é que tinha barba e era como os animais. E então, por cada carícia que fazia à mulher, dava-lhe um desgosto a seguir: batia-lhe, dizia-lhe más palavras, atirava-lhe coisas e mordia-a. E o mundo é assim, desde então." (216)
Texto de: Regina Helena Machado Aquino Corrêa, UNIOESTE - Campus de Toledo



3º - Assando Bolos em Kigali de Gaile Parkin
 A minha terceira opção, optei pelo livro lido este ano, que me impressionou.


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