31 março 2012

Resenha: A Cadeira Vazia - Jefferey Deaver

Resolver crimes, manter a mente afiada- é exclusivamente para isso que vive agora o perito criminalista Lincoln Rhyme, desde que perdeu o movimento dos membros num acidente trágico. Ele resolve tentar um novo tratamento para sua lesão em outra cidade, mas ao chegar lá é convocado pela policia local para ajudar na caçada a um sequestrador conhecido como Garoto Inseto.
" Ele é conhecido como garoto inseto, conhece os insetos como ninguém. Sabe como eles vivem e morrem. Sabe como despistar seus perseguidores. E, principalmente, como eles matam.
Garret, o Garoto Inseto, e suspeito em alguns crimes e do sequestro de Mary Beth.
O criminalista Rhyme Lincoln é chamado para solucionar o caso, antes que ele realize a sua operação para recuperar os movimentos. Junto com Amélia Sachs, sua namorada, tentam solucionar o caso.
Todas as provas apontam para o garoto inseto. O livro leva você a cada acontecimento repensar se Garret seria o assassino. Uma história envolvente do principio ao fim.


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13º livro


Objetivo:
Para o Nivel 1: 12 livros no ano =11º livro
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6º livro


Resenha: Noite de Reis-William Shakespeare

O título original desta peça, Twelfth Night, refere-se à décima segunda noite depois do Natal; é a noite de 6 de janeiro, Dia de Reis. Na tradição britânica, o Dia de Reis encerra o ciclo de festejos natalinos, e o costume diz que patrões presenteiam empregados, você presenteia o carteiro que lhe traz a correspondência, etc. E divertir-se era a ordem do dia em tempos elizabetanos. 



Noite de Reis 
Nesta peça, um grupo arma uma cilada para fazer de bobo Malvólio, personagem que não sabe se divertir e muito menos aceitar a diversão dos outros. Uma segunda personagem que não está imbuída do espírito de diversão naquele Dia de Reis é Olívia, que guarda luto severo pela perda de seu irmão – até que isso perde sua importância quando ela conhece Cesário e por ele se apaixona. Aqui entra a genialidade shakespeariana, lidando de modo magistral com questões de amores não correspondidos, afetos impossíveis, identidades falseadas, e levando a trama cômica a um final feliz de acertamentos amorosos. 

Os amores acontecem e desacontecem, o ser amado a um tempo pode ser um e a outro tempo pode ser outro. Não deixa de ser uma visão cética sobre o amor, que em Noite de Reis revela-se altamente circunstancial – e na maioria das vezes romanticamente cômico, ou comicamente apaixonado. 

Esta edição, com nova tradução da professora Beatriz Viégas-Faria (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS), vem a enriquecer o catálogo de obras shakespearianas da Coleção L&PM POCKET, que já disponibiliza ao grande público edições cuidadas dos seguintes títulos: Hamlet, Macbeth, A megera domada, Muito barulho por nada, O rei Lear, Otelo, Romeu e Julieta, Sonho de uma noite de verão, A tempestade e Júlio César.



Prefácio no livro:
Com muita probabilidade de acertarmos, podemos fixar a data de 1600-1 como a da composição da comédia Noite de Reis. Vem citada no Diário de um estudante de Middle Temple, de nome Manninghan,  que anotava na data de 12 de fevereiro - "Tivermos em nossa festa uma comédia denominada Noite de Reis ou o que quiserdes, muito parecida com a Comédia dos Erros, ou Menechmi de Plauto, mas muito mais próxima do que os italianos denominaram Inganni." A referência, em certa altura da comédia, ao "novo mapa das Índias aumentadas", diz respeito, sem dúvida, ao mapa de Emmerie Molineus, publicado em 1599. Há duas comédias italianas com o título GI'Inganni, a de Nicolo Secco e a de Carzio Gonzaga; mas há probabilidade de que Shakespeare se inspirasse noutra de título parecido, GI'Ingannati, representada em Siena em 1551 e publicada no volume II Sacrífico , de onde ele tirou também, com pequena variante, o nome de Malvólio. 
O título Noite de Reis não é sugerido pelo enredo da peça, mas provavelmente pela data da primeira representação. É a melhor comédia inglesa, asseverou o poeta laureado John Masifield, que ficará como exemplo de arte perfeita, até que alguém maior do que Shakespeare consiga apresentar coisa mais fina. E, depois , com um pouquinho de maldade: Há tanta beleza infusa nessa peça, que, sem enfado, poderiamos vê-la representada noites seguidas, semana após semana, até mesmo num teatro de Londres.
São famosos as passagens liricas desta peça, sobressaindo-se a canção do bobo, no ato II, que o Duque Orsino recomenda a Cesário, por ser "antiga e muito simples", da predilção das fiandeiras, quando trabalham ao sol, e das raparigas que ainda tem livre o coração?
Não quero que espalhem  flores

sobre o meu negro ataúde
No exemplar do segundo Fólio , que pertenceu ao Rei Carlos I da Inglaterra, este alterou para Malvólio i título original da peça, como a indicar o seu juizo sobre quem deve ser a personagem principal. Contudo, não cabe ao intendente da condessa tão grande responsabilidade. O título Os Enganados diria melhor da situação das figuras do primeiro plano, ainda que seja Viola - tão feminina, até mesmo com um disfarce de homem- o centro de irradiação de todo o enredo e o foco de nossas simpatias, Realmente, todas as personagens desta peça delicada se deixam transviar por suas fantasias.Não é somente Malvólio que se ve colhido pelas malhas fatuidade, para cair vitima dos farpões de seus inimigos; com música e flores alimentava o Duque Orsino e sua paixão pela condessa Olivia, até que pudesse concentrar em Viola - seu servidor "Cesário"- todo o fervor de sua alma enamorada.
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Resenha
Viola e Sebastião, irmãos gêmeos , sofrem um naufrágio, e um pensa que o outro morreu. Viola em segurança, pede ao seu salvador que a apresente ao duque Orsino, disfarçada de homem, de nome Cesário. Orsino o incumbe de ser intermediário entre ele e a condessa Olivia, que está de luto por seu irmão. Olivia encanta-se por Cesário e apaixona-se. 
Enquanto isso, Malvólio, administrador de Olivia, e envolvido em uma armadilha pelos outros empregados do palácio. Contam-lhe que Olivia esta apaixonada por ele. Olivia acredita que Malvolio esteja louco, anda estranho e roupas esquisitas.. Ela o prende por horas.
Viola fica perdida com seu tinteresse por Olivia. Até que surge seu irmão, e Olivia acredita se tratar de Cesário.Sebastião se apaixona por Olivia. A armação dos empregados é descoberta> Malvolio é solto, Viola se revela como mulher e confessa seu amor pelo duque, que se casa com ela.



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12º livro





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5º livro



Resenha: Madame Bovary de Gustave Flaubert



Madame Bovary trata da desesperança e do desespero de uma mulher que, sonhadora, se vê presa em um casamento insípido, com um marido de personalidade fraca, em uma cidade do interior. o romance mostra o crescente declínio da vida-interna e externa- de Ema Bovary

O livro é dividido em três capítulos.No primeiro, fala sobre Charles Bovary, a infância, a escola, a profissão de medicina, seu casamento, sua viuvez, e o casamento com Ema.E como Ema não encontrou a felicidade nele, não era como nos livros que lera. E depois do baile em que foi convidada, nada mais a satisfazia.A sua vida era vazia. Sonhava com luxo e riqueza.Convenceu o marido a mudarem de cidade.
Na segunda parte, teve uma filha, quando desejava um filho Convive com Homais, um farmacêutico e Leon, estudante de direito e apaixonado por Ema. Leon vai embora para Paris e Ema fica arrasada. Passado a crise envolve-se com Rodolphe, um nobre decadente. O mesmo termina com Ema.
Na terceira parte. Ema reencontra Leon e vira sua amante. Envolve-se em dividas com presentes para Leon. Não consegue pagar a divida, se desespera e vê como saída o suicídio.
Ema se mostra insaciável. sempre em busca de mais. A felicidade para ela é momentânea, mostrando que não tem escrúpulos e nenhuma noção de certo e errado. A pouca ambição do marido a incomoda, pois vive de sonhos.Ela queria ser quem não era. O suicido é o único caminho.

Baseado em fatos da vida real, o livro, que Flaubert levou cinco anos para escrever, causou forte impacto, a ponto de gerar o processo no qual o autor escapou de ser condenado à prisão, graças à habilidade da defesa, que transformou a acusação de imoralidade na proclamação das intenções morais e religiosas do autor. Nem moral, nem imoral, a narrativa é uma devastadora crítica das convenções burguesas do seu tempo.


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11º livro






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4º livro





Resenha: 1984 de George Orwell

  1984
  George Orwell (1905-1950)
  Título original: Nineteen Eighty-Four
  Tradução de Wilson Velloso
  18ª edição- São Paulo
  Editora Nacional-1984
(Biblioteca do espírito moderno-Série 4ª -Literatura -Volume 24)
Romances-Século 20-Literatura inglesa

O livro conta a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade da Oceania e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O'Brien, um membro do Partido Interno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, o chamado "pior lugar do mundo", todo homem tem os seus limites.
A trama se passa na Pista Nº 1, o nome da Inglaterra sob o regime totalitário do Grande Irmão(Big Brother) e sua ideologia IngSoc(socialismo inglês). (Wikipedia)
                         
Como escolhi este livro para a leitura do mês?
No Desafio Literário 2012 do Livros e Versos,era um livro distópico, a minha primeira opção era Jogos Vorazes, mudei para Feios e finalmente, como participo do Desafio Clássico da Minha Vida por um Livro e do Desafio Literário - 7 Clássicos do Livros, letras e metas, fiquei com a opção: 1984
Já ouvira falar dele, mas não conhecia o enredo. Bem, chegou a hora.
No início, não me entusiasmei muito, mas com o passar das páginas foi ficando melhor. Nunca li um livro de distopia. 
1984, foi publicado em 08 de junho de 1949, por tanto fala do futuro, foi publicado um pouco antes da morte do autor, George Orwell, causando uma revolução O livro mostra a transformação da realidade.Foi traduzido para mais de 65 línguas e por pouco não teve o título de "O Último Homem na Europa.". A razão para o livro se chamar 1984, até agora não há uma razão e sim especulações.

"O ideal criado pelo Partido era enorme, terrível, luzidio-um mundo de aço e concreto, de monstruosas máquinas e armas aterrorizantes- uma nação de guerreiros e fanáticos, marchando avante em perfeita unidade, todos tendo os mesmos pensamentos e gritando as mesmas divisas- trezentos milhões com a mesma cara- trabalhando perpetuamente, lutando, triufando, perseguindo" (1984)
Um homem, uma ditadura, sexo furtivo, palavras novas como novalingua, duplipensar, crimideia e Big Brother.e lugares que não condizem com o nome: Ministério da Defesa que realiza ataques e o do Amor, as torturas.
O significado desta terminologia:
Big Brother: "Grande Irmão" que tem o poder de observar tudo através das teletelas. 
Duplipensar: Como o nome do Ministérios, idéias contraditórias
Novalínguia: um novo vocabulário cada vez mais reduzido com uma finalidade limitar os pensamentos e opiniões.
crimideia: crime de idéias.
A história mostra a total invasão de privacidade através das teletelas, a manipulação da memória histórica, as pessoas não lembram praticamente nada antes do partido existir, um povo sem passado e sem futuro, e guerras criadas para manter a paz. Será? A quem interessava manter o povo em guerra constante? Desta maneira o povo fica mais maleável a obedecer. Será que estamos em 1984?
O personagem de Winston Smith é o tipico representante dessa geração, trabalha no Ministério da Verdade, reescrevendo(alterando) a história de acordo com a vontade do partido. E quem pensasse diferente, era capturado pela Polícia do Pensamento e vaporizado. Todos eram incentivados, inclusive os filhos, a denunciarem os que cometessem crimideia.
No mundo atual, vivemos quase a mesma atmosfera do livro: câmeras por todos os lugares, através do cartões de créditos. podemos ser localizados. Vocês incluiria mais algum item? A linguagem da Internet, não parece uma novalingua?
Com a alteração dos fatos históricos que ocorre no Ministério da Verdade ajuda apagar a memória das pessoas, que não tem como provar o que de fato ocorreu, o que facilita o partido..O partido também usa como controle o duplipensar e os 2 minutos de ódio diário (lavagem cerebral)
Para entender o duplipensar vamos novamente nos ater aos nomes dos Ministérios:
Da Verdade: falsifica(altera) documentos para que não se possa provar o que aconteceu.
"Dia a dia e quase minuto a minuto o passado era atualizado. Desta forma, era possível demonstrar, como prova documental, a correção de todas as profecias do Partido: jamais continuava no arquivo uma notícia, artigo ou opinião que entrasse em conflito com as necessidades do momento. Toda a história era um palimpsesto, raspado e reescrito tantas vezes quanto fosse necessário." (1984)
Da Paz: É responsável pela Guerra.(limita a cultura, a educação, bens materiais). E sempre notifica a  Vitória do partido.Será que existe um Ministério da Paz em 2012?
Lema do Partido: Guerra é Paz
"Guerra é paz.
Liberdade é escravidão.
Ignorância é força."

Da Fartura: na verdade, é responsável pela fome.
Do Amor: O pior de todos. Responsável pela espionagem, torturas e lavagens cerebrais.
" O Ministério do Amor era realmente aterrorizante, Não tinha janela alguma. Winston nunca estivera lá, nem a menos de um quilometro daquele edifício. Era um prédio impossível de entrar, exceto em função oficial, e assim mesmo atravessando um labirinto de rolos de arame farpado, portas de aço e ninhos de metralhadoras. Até as ruas que conduziam às suas barreiras externas eram percorridas por guardas de cara de gorila e fardas negras, armados de porretes articulados." (1984)
É nesse mundo que vive Winston, não existe passado, apesar dele quase ter certeza de que há, afinal ele trabalha no Ministério da Verdade, sexo só para procriação senão é considerado crime. Em determinado tempo, ele resolve anotar coisas em seu diário,
"me darão um tiro que mimporta me darão um tiro na nuca não mimporta abaixo o grande irmão eles sempre dão tiro na nuca que mimporta abaixo o grande irmão."
Se envolve com Júlia, que divide com ele algumas idéias. Tem também, O' Brien, membro do partido interino, que ao se aproximar dele, o faz acreditar que exite em algum lugar alguém da resistência. O que ele não sabe, que o O'Brien será o torturador dele e de Júlia. Através da tortura começa aceitar as idéias do Partido. Acaba confessando seus crimes. São libertados, mas não são mas os mesmos - Adoram, o Grande Irmão..
O livro foi banido em alguns países. 
Nota: 1984 não entrará em domínio público nos EUA e na União Européia até 2044 e 2020, respectivamente. No Brasil em 2020. Já está em domínio público no Canadá, Rússia e Austrália, ( Wikipedia)


Dois Minutos de Ódio - 1984 George Orwell

Orwell 2 Minutes of Hate




1984 - George Orwel


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10º livro
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3º livro















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27 março 2012

Book Blogger Hop 1


Murphy’s Library

Eu adoro visitar os blogs que sigo. E no Vida de Leitor, e vi que está participando do Book Blogger Hop que está Murphy's Library. Para participar tem que ter um blog com algum conteúdo literário e responder a pergunta da semana.

Pergunta da Semana:
Qual é o livro mais comprido que você já leu? Qual é sua história favorita que tenha mais de 600 páginas? 

Para dizer a verdade, nunca tinha prestado atenção em números de páginas até agora que estou participando dos blogs. No mês passado eu teria que ler um livro de 500 folhas para um desafio, mas não consegui cumprir a tarefa. Infelizmente, essa pergunta terei que responder em outra oportunidade

O Prazer da Leitura - Os Três Mosqueteiros

O Três Mosqueteiros  Os Três Mosqueteiros


Nas bancas 23 de março


A história se passa na França de 1620, no reinado de Luís XIII, com o Cardeal Richelieu como sua Eminência parda. Os mosqueteiros do rei, Athos, Porthos, Aramis, e nosso herói D’Artagnan se digladiam com os inimigos da Coroa e da vida: Milady, linda, atraente e mortal; o Cardeal e seus guardas; e o excesso de vinho.

Com destreza e coragem, manejando suas espadas, os mosqueteiros encantam e namoram as mulheres que encontram ao longo de sua jornada. Dumas combina história e imaginação, escrevendo um romance no qual a hostilidade desafia a coragem, e o bem vence!
Embarque nestas inesquecíveis peripécias. Viva com eles o possível e o impossível.
Deixe a história reviver em você!

26 março 2012

Maratona Hot

Leitura Hot 
No blog Leitura Hot estão abertas as inscrições para a Maratona Hot para quem gosta ou está afim de experimentar nova leituras.
Regras:
Durante 5 meses (Março à Julho/12 ou Abril à Agostp)
Não precisa ser erótico basta ter um contexto HOT
Fazer um post no seu blog.
Lido o livro, resenhar fazendo menção a maratona
Participe.

Saindo da Estante: Noite de Reis - Shakespeare

Noite de Reis
Se Shakespeare se tornou conhecido como um genial tratador de caracteres masculinos, como Hamleto, Coriolano, o Rei Lear, Otelo, etc., não se deve deixar de reparar nas mulheres, que ele soube descrever com tanta ternura e que são sempre delicadas e amorosas: Otélia, Desdêmona, Miranda, Viola.
Viola, a ladina môça apaixonada pelo Duque de Iliria, é tratada com sutis cuidados por Shakespeare. Ela disfarça-se de homem - expediente de que já se valera Rosalinda em Como Gostais - faz-se criado do Duque sob o nome de Cesário, até que consegue por fim o seu amor difícil.
"Mas em nenhuma outra peça como em Noite de Reis o autor lança um olhar tão sereno sobre os homens, com suas fraquezas e extravagâncias, que são justificadas diante de uma inteligência superior.
As próprias noitadas do tio da Condessa Olívia e de seu companheiro de esbornia, encontram justificativa em sua objeção irresponsável às censuras do puritano Malvólio:"Imaginas que por seres virtuoso acabaram-se os bolos e a cerveja?".
"O título Noite de Reis não é sugerido pelo enredo da peça, mas provavelmente pela data da primeira representação. É a melhor comédia inglesa, asseverou o poeta laureado John Masefield, que ficará como exemplo de arte perfeita, até que alguém maior do que Shakespeare consiga apresentar coisa mais fina. E depois, com um pouquinho de maldade: Há tanta beleza infusa nessa peça, que, sem enfado, poderiamos vê-la representada noites seguidas, semana após semana, até mesmo num teatro de Londres." (Apresentação do livro)

24 março 2012

O mito do jovem que não lê


Não é raro perceber, ao se conversar com um educador, o quanto a falta de apego dos jovens aos livros tradicionais é causa de preocupação. E, no entanto, não é falta de proximidade com textos que causa esse abismo


Por Janaina M. Cerutti


Quantas vezes já não ouvimos falar que os jovens já não possuem mais tanto apego aos livros quanto tinham em outras épocas, ou então vemos educadores praguejando contra a relutância desses mesmos jovens em se aprofundar em formas de leitura? A cada vez que isso acontece, o pensamento coletivo sempre parece se voltar para o fato de que "os jovens não leem".

Entretanto, tal percepção não poderia estar mais longe da verdade - na era em que para as mais simples pesquisas se recorre ao Google ou à Wikipedia e ferramentas semelhantes, o que os jovens mais fazem é, de fato, ler. A forma de comunicação usada na era digital se baseia fortemente na palavra escrita mais do que na falada, e apesar de a imagem e o vídeo serem grande parte dessas novas mídias, a sua verdadeira força se encontra na palavra escrita, e na leitura desta pelos jovens usuários.


O que é certamente mais benéfico nesse tipo de estratégia de busca e formação de leitores é o fato de que o próprio jovem leitor não é, de maneira nenhuma, subestimado. Enquanto adaptações de obras buscam simplificar os entendimentos que devem ser tidos ao longo dos livros mais difíceis, esses livros citados como exemplos apenas indicam o caminho, fazendo com que a vontade e o desejo de ler parta do próprio jovem em formação como leitor, mas sem jamais supor que ele precisa de algo mais simplório para chegar até lá. A capacidade de interpretação e entendimento do jovem deve ser estimulada a crescer, e jamais podada por meio de simplificações grosseiras, que, a um olhar mais profundo, longe de trazerem o leitor para mais perto do livro, o afastam com a mensagem de que este talvez seja, de fato, difícil demais para ele, e fora do alcance da sua capacidade de compreensão.
O ENTENDIMENTO DOS CLÁSSICOS

Outro grande problema que professores encontram em sala de aula quando se trata de ler livros clássicos é a identificação do período do livro na obra escrita em si. É muito simples, para um aluno, absorver características de determinados períodos literários em uma lista citada em um livro ou apostila, mas a dificuldade mais comum é que esses alunos percebam do que, na prática, tais características tratam, e qual a maneira que elas se manifestam em livros da época tratada.

A não realização dessa percepção - de que as características listadas no quadro e decoradas para a prova têm uma manifestação física no livro que eles devem ler - dificulta não apenas o aprendizado de literatura, mas também o entendimento do livro como um instrumento para se aproximar e entender melhor o período em questão. Fazer com que o aluno entenda que o livro é mais do que algumas centenas de páginas sobre as quais ele terá que apresentar um trabalho ou responder a algumas questões, mas que este é, na verdade, a verdadeira essência de tudo o que ele aprendeu em sala de aula a respeito desse período.

Para facilitar esse entendimento, alguns professores acreditam que seja mais simples - e menos indolor - simplesmente apontar as características dentro do livro, fazendo com que a leitura deste se torne praticamente uma caça ao tesouro, onde o aluno busca trechos específicos para saciar as questões que o professor lançou. Uma tática nada funcional a longo prazo, já que, como as adaptações de clássicos fazem, ela já passa a mensagem ao aluno de que ele não conseguiria entender os traços de período sem a ajuda do professor. A ideia que acaba se eternizando na cabeça dos jovens é de que a literatura clássica não é para ele algo acessível, que é distante e difícil demais para seu entendimento, não restando aí nem mesmo a chance de que o aluno deseje se envolver com a literatura que está estudando propriamente dita.

Para auxiliar esse entendimento, é possível traçar paralelos entre livros contemporâneos e populares entre os jovens com os livros clássicos que são o objetivo de todo professor de literatura. Guardadas as proporções, e desde que os alunos percebam que apenas por terem alguns traços tais livros não se tornam automaticamente clássicos, ou mesmo boa literatura, não há nada de errado com recomendar, por exemplo, a leitura da saga Crepúsculo para que os alunos percebam os traços do Romantismo nela presentes, ou que se cite Percy Jackson como referência de uma saga de um herói grego ao se apresentarem poemas épicos.

A ideia base de estratégias de leitura que funcionam é que, po meio do mais simples, se chegue a um quadro de evolução do leitor: que ele consiga perceber traços românticos em Crepúsculo, e passe dele para autores renomados, como Aluísio de Azevedo, percebendo as semelhanças, mas, mais importante, as diferenças, como a profundidade da narrativa e a beleza das palavras escritas em si. O estímulo à literatura leva não apenas ao conhecimento necessário para passar de ano e no vestibular (o que, todos bem sabemos, é o desejo último de grande parte dos alunos), mas à capacidade de compreensão e interpretação de texto; o benefício é mais extenso do que aparente.


Álvares de Azevedo

Escritor da segunda geração romântica, conhecida como Ultrarromântica ou Byronista, Álvares de Azevedo faleceu pouco depois do lançamento de Lira dos vinte anos. Marcante em sua geração, foi muito influenciado por Lord Byron, Goethe e François-René de Chateaubriand. Sua obra literária foi toda, é claro, composta durante a adolescência, de modo que a tragicidade e a ansiedade típicas do Romantismo ficam acentuadas em sua poesia.

A HISTÓRIA NA FORMAÇÃO DO LEITOR DE LITERATURA

No caso específico de literatura clássica, ambientada em sala de aula, e com a realização de tal leitura já voltada para a absorção de características do período sendo presentemente estudado, outro grande aliado que é muitas vezes menosprezado ou esquecido é a ambientação histórica do período literário em questão, e a relação da vida cotidiana dos leitores daquela época com o que a obra que deve ser lida retrata de fato.

A ambientação histórica é parte, é claro, do que os professores costumam passar antecedendo a leitura de um clássico, mas muito pouco dela é absorvido pelo aluno, principalmente pela discrepância entre as matérias sendo vistas nas disciplinas de Literatura e História do Brasil em sala de aula. Caso o professor consiga fazer com que seu aluno veja a literatura do período aliada à história dele - os traços de estilo, a maneira como a sociedade via a literatura durante a sua época contemporânea, o impacto social que os autores causavam durante a sua vida - a literatura clássica deixa de ser apenas algo vago, e passa a tomar contornos de manifestação cultural presente e passível de conferência. Ao mostrar para o aluno que, ao ler São Bernardo, de Graciliano Ramos, ele pode perceber traços dos movimentos políticos da época ali expostos, ainda que de forma mais velada ou controversa, que ele pode perceber por meio da estória um pouco da história, a literatura ganha novos contornos, e os clássicos, um novo interesse aos olhos do jovem.

"Meramente expor características do livro dificulta não apenas o aprendizado da literatura, mas também o entendimento do livro como um instrumento para se aproximar e entender melhor o período em questão"

A busca pela interdisciplinaridade entre determinadas matérias é, certamente, muito difícil em determinados casos; mas, no caso específico da literatura e da história, elas devem andar de mãos dadas em todos os casos, como apoio de uma e reflexo social da outra, já que são, indubitavelmente, duas faces de uma mesma moeda, complementares em si, e facilitadoras da compreensão da fase histórica e período literário para o aluno quando unidas como uma só.A realidade é que, como educadores e formadores de leitores futuros, a preocupação não deve ser dirigida ao ato da leitura em si - este já é praticado e utilizado amplamente -, mas sim ao que o jovem está, de fato, consumindo em termos de literatura e o quanto isso pode, ou mesmo precisa, ser alterado.


O grande desafio dos professores de literatura e língua portuguesa em escolas já não é mais fazer com que os alunos leiam: os jovens, na verdade, leem, e muito - mas não o que os professores chamam de literatura "clássica", ou o que esperam.



RECURSOS EM LIVROS PARA LIVROS

Adolescentes e pré-adolescentes leem textos na internet, assim como livros atuais e com assuntos mais variados e vocabulário mais acessível do que clássicos da literatura brasileira, como Macunaíma ou Memórias Póstumas de Brás Cubas apresentam. Os livros, blogs e editoriais que possuem, de fato, um apelo maior para os jovens apresentam encantos que os livros clássicos já não têm, e muitos classificam estes últimos como sendo chatos e difíceis, mesmo antes de sequer tentar entender do que se tratam os problemas de Bentinho, ou qual é a verdadeira saga de Peri e Ceci. Remédio para isso há - e muitos -, mas é necessário haver um trabalho maior em escolas e ambientes que estimulem 59a leitura do que simplesmente longas palestras sobre escritores antigos e obscuros, que parecem tirar o encanto que os livros ainda utilizados em escolas, um dia, já possuíram.

Algumas editoras já perceberam este nicho no mercado - a necessidade de se suprir os jovens com literatura interessante e nova, mas que ainda assim trace um caminho que leve aos clássicos requeridos em todos os vestibulares, sem que esta transição seja dolorosa para o jovem. Um caso a ser apreciado é o da editora Atica, que lançou, já há alguns anos, uma coleção de livros chamada Descobrindo os Clássicos. Com um nome assim, certamente se pensa em uma coleção de adaptações dos livros já tão batidos - mas este certamente não é o caso. A coleção trata de uma série de livros que trazem em suas histórias fatos e detalhes ligados aos clássicos a que se dirigem, mas sem desvendá-los por inteiro, ou mesmo mencioná-los diretamente em alguns dos livros.

Com títulos como Onde fica o Ateneu?, O sertão vai virar mar, e Auto do busão do inferno, os autores, entre eles alguns grandemente renomados, como Moacyr Scliar, retomam os clássicos a que se dirigem - O Ateneu, Os Sertões e Auto da barca do inferno, respectivamente - por meio de histórias novas e de vocabulário mais acessível aos jovens do Ensino Fundamental.

Com isso, não se simplificam os clássicos como adaptações tendem a fazer. Não se resumem apenas as partes essenciais, ou se descrevem algumas características básicas do livro em si, para que o jovem, ao ler o clássico, já tenha todas as respostas que deveria obter ao lê-lo: pelo contrário, os livros tentam fazer com que a curiosidade desperte no leitor mais jovem, preparando-o para ter sede de saber do que se trata o livro clássico, o que o levou a ser eternizado, e quais serão as questões tratadas nele. Dessa maneira, a leitura posterior de um livro como, por exemplo, O Ateneu, apesar de ainda seca para os jovens acostumados com abreviações e palavras fáceis, já passa a ter outro sabor: ele já sabe o que foi o Ateneu, ele já sabe até mesmo o fim do livro, mas as questões permanecem mesmo depois de ter lido esse livro que busca exatamente instigar a curiosidade, e não - como muitas vezes acontece - facilitar as respostas que o próprio leitor deveria buscar.

Alguns outros livros alternativos também se dão à tarefa de buscar trazer a curiosidade de volta aos leitores jovens de hoje em dia em relação aos livros que eles terão de enfrentar em seu Ensino Médio, para que essa experiência seja indolor e nada traumatizante. O escritor Mario Teixeira, por exemplo, em seu livro Alma de Fogo, um episódio imaginado da vida de Álvares de Azevedo, coloca como protagonistas de uma trama policial Álvares de Azevedo e Bernardo Guimarães - ambos grandes nomes da literatura brasileira e figuras obrigatórias dentro de estudos da disciplina de literatura durante a escola.

Diferentemente dos exemplos dados antes, a própria linguagem desse livro já se assemelha à usada pelos escritores citados em suas obras - mas, mesmo assim, ele é mais leve e de mais fácil entendimento do que a usada nas obras que tornaram famosos os dois escritores protagonistas de uma trama de mistérios. Os recursos de linguagem que serão vistos em alguns anos - ou meses - pelos jovens em A Moreninha ou Noite na Taverna já terão sido assimilados por eles por meio de algo mais tangível para os jovens do que os romances de séculos passados - apesar de a ambientação e linguagem serem as mesmas.

Longe de substituir os clássicos, esses recursos de formação de leitores tentam ativar a curiosidade do jovem para o que irão ter de, obrigatoriamente, ler mais tarde. Esses livros, com seus recursos mais atraentes para o público jovem do que os livros clássicos em si, são uma das possíveis soluções para diminuir o distanciamento do leitor atual das obras clássicas que deveriam ser uma descoberta agradável, e jamais dolorosa, como têm se tornado.
A FORMAÇÃO DO LEITOR

Apesar de todas as técnicas de aproximação de jovens - pré-adolescentes e adolescentes já em fase de preparação para o vestibular - com a literatura, de pouco valem todos os esforços nessa fase se a cultura do ler mais do que apenas o estritamente necessário não é estimulada na criança desde cedo.



O estímulo à leitura por prazer e a formação do leitor como preocupação de pais e educadores é como um tratamento preventivo dos males que a falta de leitura pode causar em anos mais tardios na vida da criança - seja na época do vestibular, ou mesmo quando já está na faculdade, sem entrarmos aqui nos méritos da leitura como formadora de cidadãos conscientes e seres humanos críticos da sua realidade. A importância da leitura deve ser salientada para pais e educadores, mas deve-se ter a certeza de que apenas dizer à criança que ler é importante traz muito poucos resultados. O trabalho de formação de leitores é assunto discutido incansavelmente por professores, pedagogos e profissionais da área da literatura e da língua portuguesa num todo, e o único ponto em que todos concordam é que não há uma fórmula de formação de leitores pronta que possa ser usada em todas as crianças e que funcionará sem falhas.



"O estímulo à literatura leva não apenas ao conhecimento necessário para passar no vestibular. Também leva à capacidade de interpretação de texto, tornando o benefício mais extenso do que aparente"

Desde muito pequenas, as crianças são expostas aos hábitos da leitura - a contação de histórias entre pais e mães e filhos é claro exemplo disso. É apenas ao amadurecer, e se tornar "grande demais" para tais hábitos, que essa curiosidade pelas histórias começa a diminuir e pode, em muitos casos, vir a desaparecer. É preciso manter em mente que nunca é cedo demais para que a criança tenha contato com livros, e que ela deve ter o poder de escolha sobre o que gostaria de ler - guardadas, é claro, as medidas de idade e capacidade de entendimento. Entretanto, mesmo a ideia de que um livro é grande demais para tal idade, ou que outro objeto de leitura é complexo demais para tal fase deve ser bem pensada. Se a curiosidade existe, e dela não poderá vir nenhum mal, por que não estimulá-la?



Literatura do período aliada à história deleÉ possível apontar, por exemplo, a importância dos escritos de Machado de Assis não como crítica da sociedade da época, mas como uma observação perspicaz do Rio de Janeiro do século XIX. Dessa forma, a leitura de Dom Casmurro, uma história dos subúrbios, é uma excelente aproximação entre o aluno e o cenário onde a obra se desenrola.

É importante que pais e educadores interfiram no processo de formação de leitores. No entanto, para que a criança não acabe por se cansar do hábito da leitura, esta deve ser sempre tratada como diversão e forma de lazer, e jamais como uma obrigação enfadonha, que tire a graça do ato de ler. É exatamente o senso de dever ligado aos livros clássicos que causa a falta de vontade dos jovens de lê-los - e esta é uma ideia que vem desde muito cedo em crianças e pré-adolescentes: a certeza de que a leitura é algo doloroso e difícil, e que livros antigos só podem ser ruins, por não tratarem de assuntos recentes.

A desmistificação do que é o ler por lazer e a leitura por estudo é uma necessidade que deve ser abordada desde muito cedo com a criança. Nem todas as tarefas de leitura serão prazerosas, e nem todos os livros jamais lidos serão divertidos, mas na fase da formação do leitor, na montagem da capacitação da criança de sair dos contos em voz alta pela professora ou responsáveis, a leitura deve, sempre, ser um prazer e um hábito ligado diretamente à alegria da descoberta. Forçar uma leitura indesejada só afasta a criança dos livros, problema que causa danos no futuro da criança não só como leitor, mas que pode também ter impactos negativos na capacidade de interpretação dessa criança quando adulta.
Um hábito negativo que costuma aparecer durante essa fase de encantamento com os livros é a subestimação dos adultos para com a capacidade de interpretação das crianças. Apesar de jovens, as crianças não têm nenhuma falta de capacidade de abstração - é, na verdade, a partir de estímulos feitos durante essa fase que essa capacidade se desenvolve e cresce, de maneira a facilitar compreensões posteriores, e a tendência de simplificar tudo para as crianças é muito mais um mal do que uma ajuda à criança em questão.

É preciso tratar o jovem leitor, tanto na fase inicial de leitura quanto em todas as demais, como alguém apto a entender a mensagem passada pelos livros que lê. Nem todos os livros têm uma "moral da história", e isso é uma das grandes vantagens da literatura infantil atual em relação aos livros infantis antigos. Já não se espera que cada história traga uma lição de vida e algo a ser apreendido para a criança com caráter educacional. A leitura e a literatura infantil devem, sobretudo, causar a curiosidade e estimular as conclusões da própria criança, para que esta cresça sabendo que pode compreender as mensagens dos livros sem auxílio direto de terceiros.

É dessa autoconfiança como leitor jovem que nascem os leitores capazes no Ensino Médio e na vida à frente, tratando desde sempre o leitor como ser pensante e capaz de abstrair as mensagens dos livros sem a necessidade de um tradutor de ideias.

Janaína Cerutti é professora de inglês, estudante de Literatura e colaboradora em diversos sites e projetos sobre escrever.
Fonte: conhecimento prático- Língua Portuguesa

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