Mísseis e bombardeios aéreos são empregados contra posições rebeldes próximas a Trípoli. Insurgentes dão prazo para Kadafi se render e deixar o país. Irã é contra intervenção militar norte-americana
Ataques de forças leais a Muamar Kadafi sobre posições rebeldes foram intensificados durante toda esta terça-feira (08/03) no leste e no oeste da Líbia, aumentando a pressão sobre os insurgentes. Bombardeios aéreos, mísseis e carros de combates estão sendo empregados para evitar o avanço das tropas antirregime em direção a Trípoli.
A artilharia do exército líbio investiu contra posições na cidade de Zawiyah, a área sob domínio rebelde mais próxima da capital. No leste, a região próxima à cidade petrolífera de Ras Lanuf, na costa do Mediterrâneo, foi alvo de ataques aéreos que visavam tropas atrás da frente de batalha. Os insurgentes permanecem controlando a região.
Aparentemente sem medo da demonstração de força do governo, as lideranças rebeldes afirmam que se Kadafi renunciar e deixar o país até sexta-feira, não será perseguido pela Justiça. Anteriormente, os rebeldes se posicionavam contrários a negociação da rendição de Kadafi. O governo também nega ter realizado diálogos sobre o assunto.
Comunidade internacional sob pressão
O aumento do número de mortes e de refugiados, além da ameaça de uma onda de fome no país, elevam a pressão para uma atitude mais enérgica da comunidade internacional. A União Europeia chegou a um acordo sobre a intensificação de sanções contra a Líbia, e ofereceu ajuda aos países do Norte da África para instalarem regimes democráticos.
Representantes dos 27 países que constituem o bloco concordaram com o congelamento dos ativos de cinco empresas financeiras líbias depois de longa discussão sobre o efeito que a medida poderia ter sobre negócios na Europa. A medida deve afetar diretamente a Autoridade Líbia de Investimentos (LIA), canal que arrecada receitas oriundas de transações do setor petrolífero líbio no exterior.
Irã contrário a intervenção
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que o auxílio para reformas políticas no Norte da África significaria "uma nova parceria para a democracia e prosperidade comum". Tanto a ajuda para as reformas políticas quanto o endurecimento das sanções contra a Líbia devem ser formalizados na sexta-feira, numa sessão extraordinária em Bruxelas.
O governo do Irã condenou uma eventual intervenção militar norte-americana na Líbia. "Alguns países, em particular os Estados Unidos, que sempre apoiaram os ditadores, usam a defesa dos direitos do povo líbio como desculpa para uma intervenção militar, a ocupação da região e o estabelecimento de bases", disse o ministro iraniano do Exterior, Ramin Mehmanparast. Ele reiterou que a onda de levantes não deve atingir seu país.
MP dpa/rtr/lusa
Revisão: Augusto Valente
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