30 abril 2012

Resenha: Romeu e Julieta

Romeu e Julieta
William Shakespeare
Título original: The tragedy of Romeo and Juliet
Tradução de F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros e Oscar Mendes
Sinopses, Dados Históricos e Notas de F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros
Círculo do Livro e Nova Cultural Ltda
São Paulo-1993


Sinopse (F. Carlos de Almeida Cunha Medeiros)
Tudo começa em Verona, onde duas poderosas famílias eram inimigas de morte . Capuletos, de um lado, e Montecchios, de outro, viviam em constantes guerras, do senhor ao menor dos servidores. Cansado dessas querelas que prejudicavam à vida dos habitantes da cidade, Escalo; Príncipe de Verona, declara que qualquer atentado ao sossego e à paz seria punido com a morte do ofensor. Vivendo abismado em seu amor pela jovem Rosalina, Romeu, filho de Montecchio, vai aconselhar-se com seu parente  Benvólio, o qual acha que ele deve procurar esquecer o objeto de seus amores e, para isso, deveria ir, encoberto por uma máscara, ao baile dos Capuletos. Romeu assim o faz. Tendo conseguido penetrar na casa dos inimigos de sua família, lá se vê logo atraído por uma jovem de extrema formosura e, sabendo tratar-se de Julieta, filha de Capuleto, sente-se desapontado pensando na inutilidade de sua nova paixão. Entretanto, Julieta, agindo da mesma maneira que Romeu, pergunta pelo nome do jovem por quem, também, se sente logo atraída e fica sabendo tratar-se de alguém inimigo de sua família, com a qual seu pai nunca a deixaria casar-se. Enquanto isso se dava, Teobaldo, da família dos Capuletos, reconhece Romeu, mas é impedido de fazer qualquer dano ao intruso pelo velho Capuleto que, respeitador das leis da hospitalidade, não lhe permite desprestigiá-las.
Conseguindo penetrar no jardim dos Capuletos, o apaixonado Romeu ouve a confissão de Julieta, que não podendo fazê-la pessoalmente ao seu amado, conta à estrelas sua paixão. Romeu revela sua presença à Julieta e, dominados pela paixão, resolvem casar-se . No dia seguinte, na cela do Frei Lourenço é realizado o enlace, pois o franciscano, amigo de Romeu, pensa que, com aquela cerimônia, poderia fazer a paz entre as duas famílias.
De volta da cerimônia,Romeu encontra seus amigos. Benvólio e Mercúrio, em briga com Teobaldo que estava a procura de Romeu para tomar-lhe satisfação pela sua ingerência no baile. Imediatamente, Teobaldo desafia Romeu que não responde a provocação, lembrando-se que estava na presença de um parente de sua esposa secreta. Mercúrio, entretanto, que não pode compreender a causa da fraqueza de Romeu, aceita o desafio e, quando Romeu e Benvólio procuravam apartar os dois contendores, Mercúrio é morto, o que faz com que Romeu mate, também, Teobaldo. O príncipe  bane o infrator da lei, que se refugia na cela de Frei Lourenço, onde recebe um anel de Julieta com o aviso de que a fosse ver naquela noite. Romeu, assim o fez e, com nascer da aurora, foge para Mântua. Os pais de Julieta, vendo a aflição da jovem, pensam tratar-se de dor pela morte do primo e resolvem casá-la com Páris, primo do Príncipe Escalo.
Julieta, desesperada, procura Frei Lourenço que a aconselha a fingir a aceitar o casamento e lhe dá um remédio com o qual,  depois de tomá-lo, pareceria morta. Sua família, acreditando realmente que ela tivesse falecido, a colocaria no túmulo dos Capuletos, onde Romeu iria encontrá-la. Julieta aceita o plano de Frei Lourenço e tudo acontece como fora previsto. Toma o remédio, cai em estado de letargia e os Capuletos, acreditando-a morta, promovem o enterro da jovem.
Mas, a carta de Frei Lourenço relatando o plano a Romeu não chega a seu destino. Romeu sabe da morte de Julieta por outra fonte. Desesperado, resolve arriscar a vida. Compra um mortal veneno a um farmacêutico, e volta para Verona. Chegando ao túmulo dos Capuletos, encontra-se com Páris que lá fora colocar flores no túmulo de sua noiva. Nova luta e Romeu mata Páris. Entrando na sepultura, Romeu bebe o veneno que trouxera e morre diante do corpo de Julieta, a quem ele julga morta. Quando Frei Lourenço chega e acorda Julieta, ela vê, horrorizada, morto o seu esposo. Apanhando a adaga, suja de sangue, que Romeu deixara caída no chão, ela se mata, igualmente, com a arma de seu amado. Entram as duas famílias e Frei Lourenço relata o sacríficio dois amantes em razão do ódio existente entre suas famílias. Arrependidos, apertam as mãos jurando esquecerem para sempre as diferenças existentes entre as duas Casas.

Dados Históricos
A Tragédia de Romeu e Julieta é considerada verídica, citando-se mesmo como tendo-se passado nos primeiros anos do século XIV. Apesar disso, é tema muito antigo, já existindo na literatura grega história semelhante. Luigi da Porto é o primeiro a usar o nome de Romeu e Julieta. Bandello adapta a história que foi traduzida para o francês por Pierre de Boisteau de Launay. Artur Brooke traduziu desta última fonte em versos ingleses, dando-lhe o título de Tragical History of Romeo e Juliet, com o qual publica o poema em 1562. Foi daí que Shakespeare tirou inspiração para sua tragédia, que segue fielmente a versão de Brooke. Este último diz ter visto representar o mesmo argumento, o que faz os estudiosos acreditarem ter Shakespeare feito uso de uma peça ainda mais antiga, posssivelmente La Hadriana, tragédia de Luigi Groto, mas tal versão está desaparecida, só existindo hoje a que foi inspirada na obra de Brooke. Foi reapresentada entre 1596-7 e apareceu em edição in quarto, em 1597.
Personagens:
Escalo, principe de Verona
Páris, jovem nobre, parente do príncipe
Montecchio e Capuleto, Chefes de duas famílias inimigas uma da outra
Um velho, da família dos Capuletos
Romeu, filho de Montecchio
Mercúrio, parente do príncipe e amigo de Romeu
Benvólio, sobrinho de Montecchio e amigo de Romeu
Teobaldo, sobrinho da Senhora Capuleto
Frei Lourenço e Frei João, Frades franciscanos
Baltazar, servidor de Romeu
Sansão e Gregório, servidores de Capuleto
Pedro, servidor da Ama de Julieta
Abraão , criado de Montecchio
Um boticário
Três músicos
Pajem de Mercúrio
Pajem de Páris
Outro pajem
Um oficial
Senhora Montecchio, esposa de Montecchio
Senhora Capuleto, esposa de Capuleto
Julieta, filha de Capuleto
Ama de Julieta
Cidadãos de Verona, Homens e Mulheres, parentes de ambas as famílias, Mascarados, Guardas, Aguazis e Séquito
Cena: Verona e Mântua

A história de Romeu e Julieta é conhecida por todos, se não for pelo livro, pelo menos em filmes, teatro ou música. Por isso, não preciso descrever a história e me aterei em alguns detalhes.
As famílias Montecchio e Capuleto são rivais. O amor dos dois jovens representa o amor ideal. Na obra de Shakespeare esta peça representa uma tragédia de amor. Na peça existem 26 personagens, entre os criados, os cidadãos, a guarda, os pajens, a criadagem, os portadores de tochas e os mascarados. (veja a relação acima)
O Coro resume todo o enredo:
"Na bela Verona, onde situamos nossa cena, duas famílias iguais na dignidade, levadas por antigos rancores, desencadeiam novos distúrbios, nos quais o sangue civil tinge mãos cidadãs.
Da entranha fatal desses dois inimigos ganharam vida, sob adversa estrela, dois amantes, cuja desventura e lastimoso fim enterram, com sua morte, a constante sanha de seus pais.
Os terríveis momentos de seu amor mortal e a obsessão de ódio das famílias, que somente à morte de seus filhos pode acalmar, serão, durante duas horas, o assunto de nossa representação.
Se à escutardes com atenção benévola, procuraremos remir-nos com nosso zelo das faltas que houver.
A primeira cena, começa pelos criados das 2 famílias e finalizando com a chegada do principe. Os criados, como parte integrante das famílias , assumem as disputas dos amos sem questionamentos:
"Gregório- A querela é entre nossos amos e entre nós, seus criados.."
O Frei Lourenço, representa a boa conduta e autoridade da igreja:
"Frei Lourenço- Vinde, vinde comigo e agiremos rapidamente; porque, com vosso consentimento, não vos permitirei permanecer sós, até que a Santa Igreja, vos haja incorporado os dois em um só."
E Frei Lourenço aconselha Romeu:
"Frei Lourenço- Esses transportes violentos têm um fim igualmente violento e morrem em pleno triunfo, como o fogo e a pólvora que, ao se beijarem, se consomem. O mais doce mel é repugnante pela própria delícia e estraga o apetite pelo seu excelente gosto. Ama,.portanto, moderadamente, assim se conduz o verdadeiro amor. Tão tarde chega quem depressa demais vai, como quem vai por demais lentamente.(Entra Julieta). Está chegando a dama! Oh! jamais roçará em pé tão de leve o sílex eterno! Um apaixonado poderia cavalgar, sem cair, os tenuíssimos filamentos que se espreguiçam no ar alegre do verão. Como é leve  a vaidade!".
A presença da ama representa uma contra-balança com o Frei Lourenço, prestativa e com características um pouco vulgares. 
Nesta peça, percebemos a morte, o relacionamento amoroso e até questões sociais.
No livro, no rodapé, existem explicações de algumas frases e expressões, o que auxilia muito na leitura.
A mesma é encerrada com o príncipe:
" Príncipe- Uma lúgubre paz acompanha esta alvorada. O sol não mostrará seu rosto por causa de nosso luto. Saiamos daqui para falarmos mais demoradamente sobre estes tristes acontecimentos. Uns serão perdoados e outros punidos, pois nunca houve história mais triste do que esta de Julieta e Romeu. (Saem)"  


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Um comentário:

  1. O que você disse é verdade: todo mundo conhece essa história, mesmo que nunca tenha lido o livro. Eu sou uma delas! Já li alguns de Shakespeare, mas essa história ainda não tive a oportunidade de ler. Ótima escolha.
    bjo e até+

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