12 abril 2011

Clássico de Dostoiévski faz sucesso na cadeia de "Insensato Coração"

Clássico de Dostoiévski faz sucesso na cadeia de "Insensato Coração"
da Livraria da Folha
Principal novela da Globo mostra obra-prima do russo Dostoiévski

Principal novela da Globo mostra obra-prima do russo Dostoiévski

O presídio da novela "Insensato Coração" (Globo, 21h) virou um aliado na divulgação do hábito de leitura no país. No capítulo da última terça-feira (29), a personagem Norma (Glória Pires) apareceu comentando "Crime e Castigo", romance clássico do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881).

Ela disse que pegou o livro na biblioteca da cadeia e que pretende "entender mais a vida" lendo a obra. Não é a primeira vez que a trama de Gilberto Braga mostra a detenta como garota-propaganda de livros. Norma parece buscar na leitura motivação para uma reviravolta em sua vida. Ela já leu a biografia de Sidney Sheldon (1917-2007), "O Outro Lado de Mim" (Record, 2005), e se mostrou inspirada com sentimentos de vingança.

Ela está presa por causa de Léo (Gabriel Braga Nunes), namorado que a enganou no começo da trama. Companheira de Norma na cela, Jandira (Cristina Galvão) serve de contraponto para Norma ao dizer que prefere ler revistas sobre celebridades.

Cartões telefônicos entram na cadeia escondidos dentro das publicações que Jandira recebe e passa para Norma. São esses cartões que Norma entrega a Araci (Cristiana Oliveira), presidiária tatuada com contatos fora da cadeia, como pagamento para que ela localize o paradeiro de Léo.

Livros e prisão

Na vida real, a literatura é usada na recuperação de presos, na reconquista da autoestima. Em novembro passado, a Livraria da Folha acompanhou o projeto desenvolvido em uma cadeia na cidade mineira de Sete Lagoas.

Um grupo de detentos encenou trechos de "Grande Sertão: Veredas", obra de Guimarães Rosa, no Centro de Reintegração Social Dr. Franz de Castro Holzwarth, conhecido na cidade como APAC. Eles recitaram também alguns trechos do conto "A Terceira Margem do Rio" e, por meio de perguntas, os detentos eram estimulados a imaginar a continuação da história, a falar sobre os sentimentos que as palavras despertavam neles.

Fantoches imitando personagens famosos do escritor, como Manuelzão (que também foi companheiro de Rosa em suas andanças pelo sertão) também ajudavam a sensibilizar o grupo.

Enquete: Se você estivesse preso, o que iria preferir ler na cadeia?

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