Alice no País das Maravilhas
(Alice in Wonderland)
Gênero: Aventura
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Crítica por: Fred Burle
Subversivo diretor de histórias conhecidas (Planeta dos Macacos; A Fantástica Fábrica de Chocolate), Tim Burton traz às telas, desta vez, uma fusão dos livros de Lewis Carroll – “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” e “Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá” – roteirizada por Linda Woolverton (O Rei Leão; A Bela e a Fera).
No filme, Alice retorna ao mundo subterrâneo que visitou há treze anos, quando ainda era uma criança. Lá, reencontrará personagens como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), o Coelho Branco e a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).
É sabido que Tim Burton não gosta de apenas refilmar histórias. Ele conta a sua versão. Geralmente, o resultado é uma versão mais “apimentada”, sombria. Neste caso, isso não acontece.
O novo “Alice...” continua com o aspecto macabro das histórias originais, seus personagens mantém a essência alucinógena de noção entre o que é realidade ou o que é imaginação, mas o dedo que imperou nesta produção foi o dedo Disney e não o dedo Burton, ou seja, o programa a ser encontrado nos cinemas será muito divertido, mas nada corajoso e com o máximo de lições de moral possível.
A versão em 3D continua com os problemas de sempre: a nitidez ainda não é a mesma que a de uma projeção digital, por exemplo, e o brilho ainda não atinge sua melhor regulagem, pois os óculos 3D tornam a imagem mais escura do que o normal. Mas nada que atrapalhe a sensação ótima de imersão que o formato proporciona, com planos excelentes de plateia da festa de noivado de Alice, destacando cada fileira de pessoas, num imenso corredor de gente cercado de plantas. A sequência em que Alice caiu no buraco da árvore para encontrar a portinha de entrada para Wonderland é vertiginosa e arrisco a advertir os espectadores de estômago mais frágil. Eis um dos poucos momentos em que percebe-se o mão criativa de Tim Burton.
Outra fato que sempre ocorre entre as parcerias Tim Burton X Johnny Depp é o destaque absoluto para o ator, que rouba a cena com talento que impressiona. Depp sai-se muito bem como o Chapeleiro Maluco – exceto por protagonizar uma cena de dança patética, de dar vergonha alheia –, mas finalmente chegou a vez de Helena Bonham Carter (esposa e atriz constante nos filme de Tim Burton) ter os olhos do público voltados para ela. Sua versão para cabeçuda Rainha Vermelha (ou Rainha de Copas) é a típica vilã empática: é sarcástica e engraçada, com a patetice e o deprimente jeito desconjuntado escondidos na perversidade de seus atos desesperados e sua histeria sem fim.
A qualidade da produção, os cenários computadorizados, os figurinos maravilhosos (reparem na quantidade de trocas de roupa de Alice) e o cuidado com os efeitos 3D ressaltam e fazem deste um programa bem divertido e que fará os adultos reviverem a imaginação – e o medo dos personagens – da época em que leram os livros de Lewis Carroll.
Só isso já vale o ingresso, mas só isso não fazem de Alice no País das Maravilhas um filme “maravilhoso”.
A Estrada
(The Road)
Gênero: Drama
Crítica por: Edu Fernandes
Em um futuro pós-apocalíptico, um homem segue com seu filho em direção ao sul. A esperança deles é que no litoral mais quente achem melhores condições de vida.
O fim do mundo é um assunto que inquieta o homem e isso se reflete na produção cinematográfica. Próximo da virada do milênio, o enfoque explorado era o religioso. Por isso, filmes como Stigmata e O Fim dos Dias (ambos de 1999) inundaram o circuito de cinema na ocasião.
Atualmente, com o aquecimento global e fenômenos naturais que dizimam milhares de vida de uma só vez, a preocupação recai sobre os possíveis sobreviventes de um cataclismo. E os filmes novamente espelham esse raciocínio. O cenário desolado pode servir para abrigar cenas de ação (O Livro de Eli), ou discutir os desdobramentos sociais (Ensaios sobre a Cegueira) e psicológicos (Eu Sou a Lenda) dessa situação. A Estrada (The Road) é o mais novo título a integrar a lista da distopia e segue a linha dos dois últimos exemplos.
Por ter uma criança entre seus personagens, a emoção é aumentada. A atuação de Viggo Mortensen (Um Homem Bom) é apenas mais um catalisador para que o público sofra junto com o pai e filho do enredo. Para se ter uma noção do peso da história, o protagonista tem bem claro em sua mente o fato de que um dia não haverá outra saída senão o suicídio de ambos.
Com roteiro baseado no livro homônimo de Cormarc McCarthy, pode-se esperar um desfecho fora do convencional. A boa notícia é que o final não é tão broxante quanto à última cena de Onde os Fracos não Têm Vez, outra adaptação cinematográfica do mesmo autor.
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