No dia 18 de abril de 1922, representantes de 28 países participaram do Primeiro Congresso Internacional de Esperanto em Praga.
Três mil pessoas participaram do Universala Congreso em Praga, demonstrando o grande impulso que o esperanto teve logo depois da Primeira Guerra Mundial. Várias escolas começaram a ensinar a disciplina, milhares de pessoas frequentaram seus cursos. A repentina popularidade da língua, criada em 1887 pelo polonês Ludwig Lazarus Zamenhof, deveu-se à sua mensagem pacifista: a paz entre os povos só seria atingida se a humanidade conseguisse se comunicar sem problemas.
Esperanto seria mais fácil de aprender do que inglês ou francês, por só possuir 16 regras gramaticais e nenhuma exceção. Nada mais oportuno do que introduzi-lo num pós-guerra. Em Genebra, havia sido criada a Liga das Nações, que os esperantistas interpretaram como a grande oportunidade para introduzir um idioma universal num órgão internacional.
Só que, na própria Liga das Nações, a questão era vista com ceticismo. Em setembro de 1920, a assembleia geral debateu o assunto pela primeira vez. A votação para introduzir o esperanto nas escolas de todo o mundo fracassou devido ao veto da França, cujo idioma predominava tanto no mundo diplomático como cultural da época.
Versatilidade oratória
Uma pequena vitória dos esperantistas foi a participação do secretário-geral das Liga das Nações, o japonês Inazo Nitobe, no primeiro congresso internacional, em Praga. Nitobe manifestou-se surpreso com a versatilidade oratória da língua: "Ela parece permitir a manifestação de todos os tipos de sentimentos e pensamentos".
Graças a esta observação do secretário-geral, a Liga das Nações voltou a se ocupar com o esperanto numa segunda assembleia. Dessa vez, para avaliar a experiência com a nova língua nas escolas.
O Congresso de Esperanto em Praga, em 18 abril de 1922, reuniu representantes de escolas e governos de 28 nações. Ele confirmou a importância do idioma na aproximação dos povos, levando à reivindicação de que a Liga das Nações o tornasse a principal língua estrangeira nas escolas. O pedido voltou a ser rejeitado em Genebra, novamente com o veto da França.
Na Alemanha, o apelo chegou a ser seguido por 123 municípios, mas no geral a causa foi praticamente esquecida. Um ano mais tarde, uma comissão que se ocupara do assunto concluiu que seria mais produtivo as escolas lecionarem línguas vivas. Mesmo assim, certos esperantistas continuam alimentando o sonho de que, algum dia, seu idioma se torne a língua da diplomacia.
Klaus Dahmann (rw)
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