21 abril 2010

Brasília comemora 50 anos

Brasília comemora 50 anos

Daniela Mercury, Paralamas do Sucesso, Nando Reis e... milhares de pessoas irão hoje assinalar o cinquentenário da capital brasileira.


Brasília - A Esplanada dos Ministérios está preparada para acolher esta quarta-feira as celebrações dos 50 anos de Brasília. Na festa participarão Daniela Mercury, Paralamas do Sucesso, Nando Reis, bem como a Esquadrinha da Fumaça. Só a operação de segurança do evento inclui mais de 1.600 policiais.

O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, e a vice, Ivelise Longhi, conseguiram acertar os últimos detalhes e o apoio da iniciativa privada para patrocinar a instalação do palco principal, além de estrutura de som e luz, de acordo com a agência de comunicação do Distrito Federal.

Além da Parada Disney, às 10h30, a apresentação da Esquadrinha da Fumaça, às 14h30, e os shows de Pedro Paulo e Matheus, Paralamas do Sucesso, Zélia Duncan, Nando Reis, Osvaldo Montenegro, Daniela Mercury e Milton Nascimento, a partir das 16h, são algumas das atrações.

O evento contará com apresentações de vários gêneros musicais, como o rock, choro, sertanejo, samba, hip hop e gospel. A cultura popular estará presente por meio da apresentação do Bumba Meu Boi de Seu Teodoro, além de dos violeiros Zé Mulato e Cassiano e a dança da catira.

Para garantir a segurança dos participantes, a festa terá esquema de policiamento, trânsito e serviços de bombeiros. A integração entre os órgãos responsáveis pelo evento será maior este ano e contará com uma ampla rede de comunicação.

Será proibida a venda de bebidas alcoólicas na Esplanada e o controle dos ambulantes será intensificado com o apoio da Agência de Fiscalização (Agefis). Um esquema especial será montado para apoiar as ocorrências de desaparecimento de crianças durante a Parada Disney que acontecerá às 10h30.

Cerca de 1620 policiais militares, divididos em três turnos, trabalharão no evento. O policiamento será realizado em viaturas, motos, cavalos e à pé, além do apoio do helicóptero da corporação. Uma central móvel de comunicação da PMDF estará montada próximo ao Teatro Nacional.

Dados e curiosidades da Brasília de hoje


Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade, desponta como o terceiro mercado consumidor do Brasil, detém o maior PIB per capita das metrópoles brasileiras e está em 4°lugar no ranking de cidades que mais captam eventos internacionais do país. Eis alguns números da capital brasileira:

- Em Brasília existem 90 embaixadas e representações diplomáticas;

- Recebe atualmente 162 vôos diários procedentes das principais cidades brasileiras;

- A rede hoteleira da cidade oferece um total de 17 mil leitos;

- Os principais hotéis estão a 15 minutos do aeroporto, a 10 minutos do setor de embaixadas e a 5 minutos do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto;

- A cidade tem um dos maiores lagos artificiais do mundo, o Lago Paranoá;

A História de Brasília

Como nasceu a capital do Brasil, dos sonhos e dos projetos políticos à construção da cidade sem esquinas, segundo as informações da Wikipedia

Em 1761 o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, propunha mudar a capital do império português para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, em 1813 redigiu artigos em defesa da interiorização da capital do país, para uma área "próxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste". José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi a primeira pessoa a se referir à futura capital do Brasil, em 1823, como "Brasília".[12]

Desde a primeira constituição republicana, de 1891, havia um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do país, determinando como "pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal".[13] Fato interessante dessa época foi o sonho "premonitório" tido pelo padre italiano São João Bosco, no qual disse ter visto uma terra de riquezas e prosperidade situada próxima a um lago e entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul. Acredita-se que o sonho do padre seria a futura capital brasileira, pelo qual o padre, posteriormente canonizado, se tornou o padroeiro de Brasília.[12]

No ano de 1891 foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls [14] e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano. A comissão designava Brasília com o nome de "Vera Cruz".[12]

Em 1922, no ano do Centenário da Independência do Brasil, o Deputado Americano do Brasil apresenta um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da Pedra Fundamental da futura Capital, no Planalto Central.[15] O então Presidente da República, Epitácio Pessoa, baixa o decreto nº 4.494 de 18 de janeiro de 1922, determinando o assentamento da Pedra Fundamental e designa para a realização desta missão, o engenheiro Balduino Ernesto de Almeida, Diretor da estrada de ferro de Goiás com sede em Araguari, Minas Gerais. No dia 7 de setembro de 1922, com uma caravana composta de 40 pessoas é assentada a Pedra Fundamental no Morro do Centenário, na Serra da Independência, situada a nove quilômetros da cidade de Planaltina.

Esboço de Vera Cruz - Comissão de Localização da Nova Capital Federal.Em 1954 o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi convidado pelo presidente Café Filho para ocupar a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, encarregada de examinar as condições gerais de instalação da cidade a ser construída. Em seguida, Café Filho homologou a escolha do sítio da nova capital e delimitou a área do futuro Distrito Federal, determinando que a comissão encaminhasse o estudo de todos. A Comissão de Planejamento e Localização da nova Capital, sob a Presidência de José Pessôa, a responsável pela exata escolha do local onde hoje se ergue Brasília.[16]

A idealização do plano-piloto, também foi obra da mesma comissão que em robusto relatório, redigido pelo Marechal José Pessôa, de título "Nova Metrópole do Brasil", entregue ao Presidente Café Filho, detalhou os pormenores do arrojado planejamento que se realizou.

O Marechal José Pessôa não imaginou o nome da capital como Brasília, mas sim Vera Cruz, caracterizando o flamejante sentimento de um povo que nasceu sob o signo da Cruz de Cristo e estabelecendo ligação com o primeiro nome dado pelos descobridores portugueses. O plano elaborado respeitava uma determinada interpretação da História e não descaracterizava as tradições brasileiras. Grandes avenidas chamar-se-iam "Independência", "Bandeirantes" etc., diferentes, portanto, das atuais siglas alfas-numéricas de Brasília, como W-3, SQS, SCS, SMU e outros.[17]

Busto de Juscelino Kubitschek na Praça dos Três Poderes.Por discordâncias com o Presidente Juscelino Kubitschek, o Marechal José Pessoa abandonou a presidência da Comissão, tendo sido sucedido pelo Coronel do Exército Ernesto Silva, que era o Secretário da Comissão. Ernesto Silva, que também era médico, foi nomeado na sequência presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal (1956) e Diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital - NOVACAP (1956/1961), tendo Ernesto Silva assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 1956.

Apenas no ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor se respeitaria a Constituição, interiorizando a Capital Federal, ao que JK afirmou que iria transferir a capital.[18]. Eleito presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta síntese" [19] de seu "Plano de Metas".

O traçado de ruas de Brasília obedece ao plano piloto implantado pela empresa Novacap a partir de um anteprojeto do arquiteto Lucio Costa, escolhido através de concurso público nacional. O arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Para fazer a transferência simbólica da capital do Rio para Brasília, Juscelino fechou solenemente os portões do Palácio do Catete, então transformado em Museu da República, às 9 da manhã do dia 21 de abril de 1960, ao que a multidão reagiu com aplausos. A cidade de Brasília foi fundada no mesmo dia e mês em que se lembra a execução de Joaquim José da Silva Xavier, líder da Inconfidência Mineira, e a fundação de Roma.[12]

Oscar Niemeyer na época da construção de Brasília.O princípio básico das estratégias políticas de Juscelino Kubitschek, segundo o próprio, era apropriado do moralista francês Joubert, para quem "não devemos cortar o nó que podemos desatar". Com base nessa máxima, Kubitschek viabilizou a construção de Brasília, oferecendo várias benesses à oposição, criando fatos consumados e queimando etapas. Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infra-estrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970. Todavia, ainda no início do Século XXI, muitos órgãos do governo federal brasileiro continuam sediados na cidade do Rio de Janeiro.

Um fato que mostra o impacto provocado pelo modernismo da cidade recém construída foi a frase dita pelo cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, que ao visitar Brasília em 1961, disse: "Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra".[12]

Alguns dos fatores que mais influenciaram a transferência da capital foram a segurança nacional, pois acreditava-se que com a capital no litoral ela estava vulnerável a ataques estrangeiros (argumento militar-estratégico que teve como precursor Hipólito José da Costa), e uma interiorização do povoamento e do desenvolvimento e integração nacional, já que devido a fatores econômicos e históricos a população brasileira concentrou-se na faixa litorânea, ficando o interior do país pouco povoado. Assim a transferência da capital para o interior forçaria o deslocamento de um contingente populacional e a abertura de rodovias, ligando a capital às diversas regiões do país, o que levaria a uma maior integração econômica.

Planejada para ter uma população de 600 mil habitantes no ano 2000, a população do Distrito Federal já atingia os 2,6 milhões de habitantes em 2009. Brasília, considerando-se todo o Distrito Federal, atualmente é a quarta capital mais populosa do Brasil.


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21/04/2010 - 07:00

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